Manifestantes palestinos e a polícia israelense, em confronto, na mesquita de Al-Aqsa, em JerusalémAhmad GHARABLI / AFP
Por sua vez, a polícia israelense relatou três feridos entre suas tropas.
Segundo uma ONG de defesa dos prisioneiros palestinos, cerca de 400 pessoas foram presas.
Os distúrbios começaram nesta sexta-feira, quando vários palestinos atiraram pedras e as forças de segurança israelenses responderam com balas de borracha e bombas de efeito moral contra os manifestantes.
Por volta das 04h00 da manhã, "dezenas de jovens desordeiros encapuzados", alguns acenando com a bandeira do movimento islâmico palestino Hamas, "começaram uma procissão" pela Esplanada das Mesquitas e atiraram pedras contra o Muro das Lamentações, disse a polícia israelense.
Omar Al Kiswani, diretor da Mesquita Al Aqsa, localizada na Esplanada, relatou um segundo incidente pela manhã envolvendo uma intervenção da polícia israelense no próprio local de culto.
"A ocupação (o nome dado a Israel pelos palestinos) sabe que a mesquita de Al Aqsa é uma linha vermelha que não deve ser ultrapassada", disse à AFP.
Esses confrontos na Esplanada são os primeiros a serem registrados este ano durante o mês do Ramadã, um período de jejum e oração em que os palestinos muçulmanos rezam na Mesquita de Al Aqsa, o terceiro lugar sagrado para o Islã.
"Não há lugar para invasores e ocupantes em nossa sagrada Jerusalém", reagiu o chefe do escritório político do Hamas, Ismail Haniyeh, nesta sexta-feira.
O Hamas, que controla Gaza, viu suas capacidades militares reduzidas nos confrontos de 2021 e buscaria manter o conflito ativo na Cisjordânia e em Jerusalém, mas não na Faixa, estimam analistas.
"O confronto será mais difícil" para as forças israelenses "se não acabarem com a agressão contra nosso povo", disse a Jihad Islâmica, outro movimento palestino, em comunicado nesta sexta-feira.
A União Europeia, os Estados Unidos e a Liga Árabe também expressaram sua preocupação, e o mediador da ONU para o Leste, Tor Wennesland, pediu uma "diminuição imediata" para "evitar novas provocações dos radicais".
"Não temos interesse em que o Monte do Templo se torne um centro de violência. Isso prejudicaria tanto os muçulmanos de lá quanto os judeus no Muro das Lamentações", disse o ministro da Segurança Pública israelense, Omer Bar-Lev.
A Jordânia administra a Esplanada, mas o acesso é controlado por Israel. Pouco antes do início do mês do Ramadã deste ano, em 2 de abril, altos funcionários israelenses e funcionários jordanianos intensificaram as trocas para evitar distúrbios.
Esses confrontos no coração de Jerusalém, que coincidem este ano com o início da Páscoa católica e da Páscoa judaica, Pessach, ocorrem após semanas de tensão em Israel e na Cisjordânia, território ocupado desde 1967 por Israel.
Desde 22 de março, Israel sofreu quatro ataques que deixaram 14 mortos. Dois deles foram reivindicados pela organização jihadista Estado Islâmico e outros dois foram perpetrados por palestinos da região de Jenin, no norte da Cisjordânia.
Do lado palestino houve 22 mortes, contando os agressores.
A maioria das vítimas foi morta em operações do exército israelense na Cisjordânia, segundo uma contagem da AFP.
Desde quinta-feira, quatro palestinos foram violentamente mortos em operações militares israelenses na Cisjordânia, segundo fontes oficiais palestinas.
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