Bombeiros tentam apagar um incêndio em um prédio residencial após bombardeio no centro de Kharkiv, na Ucrânia, neste domingo, 17 MARYKE VERMAAK / AFP

Uma série de ataques a Kharkiv - a segunda maior cidade da Ucrânia - deixou cinco mortos e 13 feridos, de acordo com Maksim Khaustov, que chefia os serviços de resgate da região. Tiros foram ouvidos e incêndios foram vistos em bairros residenciais no centro de Kharkiv.

Caminhões de bombeiros cruzaram a cidade em todas as direções para chegar aos locais em chamas. Logo após os ataques, houve um momento de pânico nas ruas e pedestres e carros fugiram rapidamente da área.

Em um local, a AFP viu um casaco manchado de sangue ao lado de uma poça de sangue. Um morador disse ter ouvido de seis a oito mísseis caindo.

No sábado, os ataques já haviam incendiado vários prédios no centro da cidade. Uma cozinha comunitária que preparava comida para os moradores também foi destruída.

Antes dos ataques de domingo, o governador regional Oleg Sinegoubov anunciou que havia registrado três mortes e 31 feridos - incluindo quatro crianças - nos ataques de sábado.

Na sexta-feira, ele disse que dez pessoas foram mortas e 35 ficaram feridas em outro bombardeio russo a uma área residencial de Kharkiv. Sete civis também morreram e 27 ficaram feridos quando os russos dispararam contra um ônibus de evacuação na região, segundo o Ministério Público ucraniano.

Kharkiv, a segunda maior cidade do país com 1,5 milhão de habitantes antes da guerra, foi alvo de confrontos violentos por vários dias no início da ofensiva. Permanece sob o controle das forças ucranianas.
Ultimato 
O ultimato lançado pela Rússia para exigir aos últimos defensores ucranianos de Mariupol que abandonassem as armas no estratégico porto do sudeste da Ucrânia expirou neste domingo (17).

A conquista de Mariupol, onde a situação é "desumana" segundo o líder ucraniano Volodimir Zelensky, representaria uma vitória importante para Moscou. A Rússia alega que controla quase toda a cidade.

As forças russas também anunciaram que bombardearam outra fábrica militar nos arredores de Kiev neste domingo, em um momento de intensificação dos ataques em torno da capital ucraniana, após a destruição do principal navio de sua frota no Mar Negro.

O presidente ucraniano salientou que havia apenas "duas opções": o fornecimento de países ocidentais de "todas as armas necessárias" para romper o longo cerco de Mariupol ou "o caminho da negociação" em que "o papel dos aliados deve ser igualmente decisivo".

Suas declarações coincidiram com uma declaração do Ministério da Defesa da Rússia, qu pediu aos últimos soldados ucranianos entrincheirados em um enorme complexo metalúrgico em Mariupol para desistir da luta neste domingo às 06h em Moscou (00h00 no horário de Brasília) e deixar o local antes das 13h00 (07h00 em Brasília).

"Todos aqueles que abandonarem suas armas terão a garantia de salvar suas vidas (...) É sua única chance", disse o ministério no Telegram.

Mariupol, com 440 mil habitantes antes da guerra, é um alvo importante para Moscou e o último obstáculo para garantir seu controle na faixa marítima que vai dos territórios separatistas pró-russos de Donbass até a península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.