Manifestantes palestinos e a polícia israelense, em confronto, na mesquita de Al-Aqsa, em JerusalémAhmad GHARABLI / AFP

O Marrocos, país árabe que normalizou relações com Israel, denunciou neste sábado (16) "a agressão flagrante" das "forças de ocupação israelenses" na Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, onde ocorreram choques violentos na sexta-feira entre palestinos e policiais israelenses.
O reino "expressa sua firme condenação e sua forte denúncia à incursão das forças de ocupação israelenses na mesquita de Al Aqsa, o fechamento de suas portas e a agressão a fiéis desarmados no recinto da mesquita e em suas esplanadas", assinalou o Ministério das Relações Exteriores marroquino em comunicado.
Mais de 150 palestinos ficaram feridos na sexta-feira nesses enfrentamentos.
Rabat "considera que esta agressão flagrante e esta provocação metódica durante o mês sagrado do Ramadã apenas atiçará os sentimentos de ódio e de extremismo, e acabará com as oportunidades de retomar o processo de paz na região", acrescenta a nota.
O rei Mohammed VI - presidente do comitê Al Quds, responsável por zelar pela proteção dos lugares santos muçulmanos em Jerusalém - ordenou que essa "condenação" fosse comunicada "diretamente ao chefe do escritório de relações israelenses em Rabat", detalhou o ministério.
Além disso, Rabat instou a ONU e a comunidade internacional "a intervirem urgentemente para pôr fim a essas violações e agressões contra o povo palestino".
Marrocos e Israel restabeleceram relações diplomáticas no fim de 2020 dentro de um processo de normalização entre Israel e diversos países árabes, apoiado pelo governo do ex-presidente americano Donald Trump.
A Esplanada das Mesquitas - também denominada Monte do Templo pelos judeus - é o terceiro lugar mais sagrado para o islã. Está situada na Cidade Velha, em Jerusalém Oriental, um setor palestino ocupado por Israel desde 1967 e que é palco de numerosos enfrentamentos violentos entre policiais israelenses e manifestantes