Vladimir Putin ALEXEY NIKOLSKY / SPUTNIK / AFP

Moscou - A Rússia acusou nesta terça-feira, 3, Israel de "apoiar o regime neonazista de Kiev", aumentando a polêmica provocada pela afirmação do chefe da diplomacia russa de que Adolf Hitler poderia ter "sangue judeu".
"Prestamos atenção nas declarações anti-históricas do ministro das Relações Exteriores (israelense), Yair Lapid, que explicam amplamente a decisão do atual governo de apoiar o regime neonazista de Kiev", afirmou o ministério russo das Relações Exteriores russo em um comunicado.
"Infelizmente, a história conhece exemplos trágicos de cooperação entre judeus e nazistas", acrescenta o texto. Lapid classificou na segunda-feira de "escandalosos, imperdoáveis e um horrível erro histórico" os comentários feitos no domingo pelo chanceler russo Serguei Lavrov
Em uma entrevista no domingo a um canal italiano, Lavrov afirmou que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky "apresenta um argumento sobre que tipo de nazismo eles poderiam ter se ele próprio é judeu". Lavrov, de acordo com uma transcrição publicada no site do ministério das Relações Exteriores da Rússia, acrescentou: "Posso estar errado, mas Hitler também tinha sangue judeu".
Nesta terça-feira, a diplomacia russa repetiu os argumentos, alegando que "a origem judaica do presidente (Zelensky) não é garantia de proteção contra o neonazismo desenfreado no país". A Rússia repetiu diversas vezes que deseja "desmilitarizar" e "desnazificar" a Ucrânia, uma ex-república soviética governada por um Executivo pró-Ocidente, justificando assim a ofensiva iniciada em 24 de fevereiro contra o país.
O governo russo também acusa Israel de "ignorar a epidemia de destruição e profanação de monumentos aos verdadeiros justos do mundo: os soldados do Exército Vermelho que pararam o Holocausto e salvaram o mundo judaico".