Luis Echeverría Álvarez, ex-presidente do México (1970-1976), vinculado à repressão dos dissidentes e com a chamada "guerra suja", morreu aos 100 anos, informou neste sábado, 9, o governo mexicano. "Em nome do governo do México, envio respeitosos pêsames à família e amigos de Echeverría que morreu na noite de sexta-feira na cidade de Cuernavaca", escreveu o chefe do Executivo Andrés Manuel López Obrador em um comunicado.
Echeverría, do outrora hegemônico Partido Revolucionário Institucional (PRI), foi acusado de ser um dos responsáveis pelos massacres de estudantes de 2 de outubro de 1968 em Tlatelolco, quando era secretário de Governo (Interior), e de 10 de junho de 1971 nas ruas da Cidade do México, quando era presidente. O ex-chefe de Estado, advogado de profissão, foi o primeiro ex-presidente levado a julgamento no país, acusado de genocídio pelo massacre de quase 200 estudantes no bairro de Tlatelolco da Cidade do México pela extinta Procuradoria Especial para Movimentos Sociais e Políticos do Passado (Femospp).
O ex-presidente foi alvo de ordens de busca e teve prisão domiciliar determinada pela Justiça. No entanto, devido a sua idade avançada, ele não foi detido. Em 2009, teve todas as acusações por falta de provas. Echeverría também foi acusado por desaparecimentos forçados de dissidentes durante a chamada "guerra suja", que aconteceu entre as décadas de 1960 e 1980.