Mulheres americanas enfrentam dificuldades para comprar pílulas anticoncepcionais Pixabay

A empresa farmacêutica HRA Pharma solicitou, nesta segunda-feira (11), a venda sem receita de sua pílula anticoncepcional, semanas após a Suprema Corte dos Estados Unidos anular o direito federal ao aborto. A companhia disse em comunicado que busca eliminar a obrigação de apresentação da receita médica para comprar Opill, um medicamento anticoncepcional de progesterona; também conhecida como a minipílula ou pílula sem estrogênio.
A solicitação chega em meio a uma onda de restrições e proibições do aborto em nível federal após a sentença da Suprema Corte americana. "Essa solicitação histórica marca um momento pioneiro no acesso aos anticoncepcionais e à igualdade reprodutiva nos Estados Unidos", disse Frederique Welgryn, diretor de operações estratégicas e inovação da HRA Pharma, em um comunicado.
As principais organizações médicas, como o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG na sigla em inglês), a Associação Médica Americana e a Academia Americana de Médicos da Família, apoiam os anticoncepcionais de venda livre. Consideram que é um mecanismo que contribui para a redução das barreiras de acesso à contracepção.
A venda livre é uma prática comum em vários países, entre eles Brasil, Grécia, México, Portugal, Rússia, Coreia do Sul e Turquia. Quase um terço das mulheres americanas que tentaram obter anticoncepcionais com receita informaram dificuldades de acesso, como indica um estudo de 2016. Segundo o ACOG, "os dados confirmam que os métodos hormonais com progesterona são geralmente seguros e não representam nenhum risco ou risco mínimo de tromboembolismo venoso", problema também conhecido como coágulo de sangue.