Presidente iraniano Ebrahim RaissiAFP PHOTO / HO / IRANIAN PRESIDENCY

 
Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (23/09) o levantamento de algumas restrições comerciais ao Irã, a fim de ampliar o acesso dos iranianos a serviços de internet, limitado pelo governo da República islâmica em meio a uma forte repressão a manifestantes.
Após a morte de uma jovem detida pela polícia moral, que desencadeou uma onda de protestos no país, Teerã impôs restrições drásticas à internet, incluindo o bloqueio ao Instagram e ao Whatsapp.
"Diante dessas decisões, ajudaremos para garantir que o povo do Irã não fique isolado e no escuro", prometeu o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em um comunicado.
De acordo com ele, a ação foi feita para dar suporte aos iranianos que exigem respeito aos seus direitos básicos.
O Irã foi sacudido por manifestações pela morte de Mahsa Amini, que faleceu depois de ser presa por usar seu hijab, o véu islâmico, de forma "inadequada". A mulher curda de 22 anos passou três dias em coma e não resistiu.
De acordo com os meios de comunicação estatais, 17 pessoas já morreram nesses protestos, mas ONGs apontam que esse número ultrapassa 36 mortos.
Em nota  o subsecretário do Tesouro, Wally Adeyemo, afirmou que a medida do governo do presidente americano Joe Biden é para ampliar os serviços de internet disponíveis para os iranianos. Com essa mudança, o povo do Irã estaria melhor equipado para combater os esforços do governo monitorar e censura a população.
A modificação da licença de exportação permitirá o acesso a vários softwares, como ferramentas de antivírus, serviços de computação na nuvem e videoconferência, segundo o Tesouro. No entanto, funcionários americanos reconheceram a jornalistas que a decisão não tem um impacto imediato já que não elimina todos os instrumentos de repressão nas comunicações. 
"Com o tempo, dará aos iranianos mais elementos para lidar com os esforços de repressão do governo", afirmou um alto funcionário do Departamento de Estado em coletiva de imprensa por telefone.
O bilionário Elon Musk anunciou recentemente que pediria ao Tesouro uma permissão de exportação para que sua empresa de internet por satélite, a Starlink, ofereça serviços ao Irã. A medida desta sexta foca em software, não em hardware, disse uma autoridade do Tesouro a jornalistas, mas encorajou a Starlink e outros a apresentar suas solicitações.