Guerra na UcrâniaJuan BARRETO / AFP

O Exército ucraniano denunciou, neste domingo (25), que a cidade costeira de Odessa foi atacada de madrugada com drones de fabricação iraniana, dois dias depois de um ataque russo com uma arma similar ter matado dois civis.
"Odessa foi atacada novamente por drones suicidas do inimigo", denunciou o Comando Operacional Sul do Exército ucraniano.
"O inimigo atingiu três vezes o prédio da administração no centro da cidade", acrescentou o comando em uma mensagem no Facebook que afirmou que um dos drones foi derrubado pela Força Aérea ucraniana sem deixar vítimas.
Natalia Gumeniuk, uma porta-voz do Comando Operacional do Sul, disse à AFP que eram "drones iranianos".
O ataque ocorreu dois dias depois de dois civis terem sido mortos em Odessa, em um ataque russo cometido com um drone de fabricação iraniana. Ainda na mesma sexta-feira (23), quatro drones iranianos foram abatidos no sul do país, segundo as Forças Armadas ucranianas.
Nesse contexto, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia divulgou um comunicado, na sexta-feira, e informou sua decisão de retirar a acreditação do embaixador iraniano no país e reduzir, significativamente, o número de funcionários diplomáticos da Embaixada iraniana em Kiev.
"A parte iraniana foi informada de que o fornecimento de armas à Rússia (...) vai contra a posição de neutralidade, respeito pela soberania e integridade territorial da Ucrânia", acrescentou o mesmo ministério.
"Fornecer armas à Rússia para que faça guerra na Ucrânia é um ato hostil que representa um duro golpe nas relações entre Ucrânia e Irã", acrescentou.
No sábado (24), Teerã disse lamentar a decisão do governo ucraniano.
"Teerã lamenta a decisão do governo ucraniano, referente às relações diplomáticas com a República Islâmica do Irã", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Nasser Kanani, em um comunicado.
"Esta decisão se baseia em informações infundadas transmitidas pela propaganda da imprensa estrangeira" contra o Irã, acrescentou.
Kanani destacou "a política clara de neutralidade ativa de seu país no conflito entre Ucrânia e Rússia, sua oposição à guerra e a necessidade de uma solução política das diferenças, sem recorrer à violência".
O Irã responderá de "forma apropriada à decisão do governo ucraniano", completou.
 
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