Tiroteio aconteceu na escola n°88 de Izhevsk, que tem quase mil alunos e 80 professoresReprodução/Internet

Rússia - Um tiroteio provocado por um atirador em uma escola na manhã desta segunda-feira, 26, em Izhevsk, região central da Rússia, deixou pelo menos 13 pessoas mortas, incluindo sete crianças, informou o Comitê de Investigações da Rússia, em comunicado. Outras 21 pessoas ficaram feridas, entre elas, 14 crianças e sete adultos. O órgão afirma que o suspeito se suicidou após o massacre. 
O suspeito, identificado como Artiom Kazantsev, era ex-aluno da escola e nasceu em 1988. Ele vestia uma blusa preta "com símbolos nazistas e uma balaclava", afirmaram os investigadores. "Estamos verificando se era ligado a posições neofascistas e à ideologia nazista".
"Os policiais encontraram o corpo do homem que abriu fogo. De acordo com nossas informações, ele cometeu suicídio", afirmaram as autoridades. O comitê publicou um vídeo que mostra o corpo de um homem no chão, com sangue ao redor da cabeça. Mais cedo, o governador da região, Alexander Brechalov, anunciou em um discurso emocionado que "entre as vítimas estavam crianças".
O ataque aconteceu na escola n°88 de Izhevsk. O site do centro de ensino informa que o local tem quase mil alunos e 80 professores. O presidente russo Vladimir Putin denunciou um "ato terrorista desumano". Em anuncio, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou: "O presidente chora profundamente pela morte de funcionários e crianças nesta escola em que foi cometido um atentado terrorista".
Izhevsk é uma cidade de quase 650.000 habitantes, capital da república de Udmurtia, que fica na região central do país, ao oeste dos Montes Urais, que dividem a parte europeia da parte asiática da Rússia. A localidade abriga as fábricas dos fuzis Kalashnikov.
Mais cedo, o governador afirmou que "uma pessoa não identificada" entrou na escola, matou um segurança e abriu fogo contra as crianças. "A operação de retirada terminou e o perímetro está isolado", disse Brechalov em um vídeo divulgado no Telegram. Ele também informou que a Guarda Nacional da Rússia, o FSB (Serviço Federal de Segurança) e as autoridades responsáveis pela investigação estão no local.
O tiroteio desta segunda-feira aconteceu em um momento de grande tensão em várias regiões da Rússia, após o anúncio da convocação militar de centenas de milhares de reservistas para a ofensiva na Ucrânia. Ainda nesta segunda, um homem abriu fogo em um centro de recrutamento do exército russo na Sibéria e um militar ficou gravemente ferido.
O fenômeno violento era algo raro no país, em particular nas escolas, mas nos últimos anos se tornou mais frequente, a ponto de o presidente Vladimir Putin expressar preocupação e atribuir as causas a eventos importados dos Estados Unidos e ao efeito perverso da globalização.