Com ventos 185 km/h, Ian tocou o solo no sudoeste da FlóridaReprodução/Redes Sociais

O número de mortos na passagem do furacão Ian pela Flórida chego a 44, informaram as autoridades neste sábado (1). O estado do sudeste dos Estados Unidos avalia os danos de uma das tempestades mais poderosas a passar pelo país. "Agora há 44 mortos atribuídos ao furacão Ian", informou o Comitê Distrital de Examinadores Médicos, revisando o balanço anterior, que era de 25 vítimas fatais.
De acordo com o boletim, muitos dos mortos são idosos e a maioria morreu afogado. Alguns veículos de comunicação dos Estados Unidos relatam 64 mortes.
No condado de Lee, surgiu uma controvérsia sobre o aparente atraso em ordenar a evacuação dos mais de 600 mil moradores. O condado tem metade das vítimas confirmadas.
A ordem foi divulgada na manhã de terça-feira, 27, enquanto os condados vizinhos pediram a seus residentes que evacuassem na segunda-feira, 26, de acordo com o jornal "The New York Times".
Enquanto isso, a busca continua pelos 17 passageiros em um barco de imigrantes que virou na quarta-feira, 28, perto de Florida Keys.
Após causar estragos na Flórida, o furacão se dirigiu até a Carolina do Sul, com ventos de até 140 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC). Depois perdeu força até se transformar em tempestade tropical.
Na manhã deste sábado, 1º, os ventos caíram para cerca de 35 km/h em sua passagem pela Carolina do Norte, embora siga provocando "fortes chuvas", informou o NHC em seu último boletim.
Ian "deve se dissipar sobre o centro-sul de Virgínia" no sábado à noite, estima o centro, embora permaneça o risco de chuvas e inundações "moderadas" no centro dos Apalaches e no nordeste dos Estados Unidos.
O presidente americano, Joe Biden, pediu aos cidadãos que não ignorem os alertas das autoridades locais, como na Carolina do Sul, onde pediram para não circular por estradas alagadas.
"É uma tempestade perigosa que trará ventos fortes e muita água, mas o mais perigoso será o erro humano. Sejam inteligentes, tomem boas decisões, verifiquem como estão seus amigos e familiares e se mantenham a salvo", tuitou o governador Henry McMaster.
Cerca de 575 mil famílias e empresas estavam sem energia elétrica na sexta-feira, 30, à noite na Carolina do Sul, Carolina do Norte e Virgínia, segundo o site especializado PowerOutage.
A Casa Branca informou na noite deste sábado, 1º, pelo Twitter que o presidente e a primeira-dama, Jill, visitarão Porto Rico na segunda-feira, 3, e a Flórida na quarta, 5, para avaliar os danos nos dois estados atingidos por furacões.
Na Flórida, além do alto número de vítimas humanas, os danos materiais são "históricos" devido às inundações sem precedentes, segundo o governador Ron DeSantis.
Na sexta-feira, 30, em Kissimmee, não muito longe de Orlando, as autoridades percorriam as áreas inundadas de barco para resgatar os moradores presos em suas casas.
"Estamos apenas começando a ver a magnitude da destruição (...) que provavelmente está entre as piores" da história dos Estados Unidos, disse Biden. "A reconstrução levará meses, anos", estimou.
Mais de 1,4 milhão de clientes da Flórida permaneciam sem energia elétrica na sexta-feira à noite, dois dias depois da passagem de Ian, segundo o PowerOutage.
 
 
Na cidade costeira de Fort Myers, o "epicentro", segundo Ron De Santis, um punhado de restaurantes e bares reabriram e dezenas de pessoas estavam sentadas nos terraços, uma imagem de normalidade aparente em meio a árvores quebradas e casas destruídas.
"Foi terrível, mas superamos. O telhado da nossa casa saiu voando, um grande árvore caiu sobre nossos carros, nosso jardim inundou, mas fora isso está tudo bem", disse Dylan Gamber, de 23 anos.
De acordo com estimativas iniciais, o furacão Ian pode custar às seguradoras dezenas de bilhões de dólares e pesará sobre o crescimento nos Estados Unidos, especialmente devido a cancelamentos de voos e prejuízos à produção agrícola.
Segundo um estudo científico publicado na sexta-feira, as mudanças climáticas aumentaram em mais de 10% as chuvas causadas por Ian.
"As mudanças climáticas não causaram o furacão, mas o tornaram mais úmido", explicou Michael Wehner, do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, pertencente ao Departamento de Energia, um dos pesquisadores envolvidos no estudo.
Antes da Flórida, Ian passou por Cuba, onde deixou três mortos, grandes danos e cortes de eletricidade.
 
gma-iba/vgr/nzg/pz/tmt/dga/es/aa/ic/mvv