Protesto no país Issouf SANOGO / AFP

Os Estados Unidos alertaram nesta terça-feira (4) a junta militar de Burkina Faso dos riscos de uma aliança com a Rússia, cujo grupo paramilitar Wagner expressou seu apoio ao último golpe militar no país africano.
"Os países onde o grupo (Wagner) atuou estão mais fracos e menos seguros, e na África vimos isso em vários casos", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Vedant Patel, a repórteres.
"Condenamos qualquer tentativa de exacerbar a situação atual em Burkina Faso e encorajamos encarecidamente o novo governo de transição a ajustar-se ao calendário acordado para voltar a um governo civil eleito democraticamente", acrescentou.
Burkina Faso, um país pobre do Sahel, está mergulhado na incerteza desde que o tenente-coronel Paul-Henri Sandaogo Damiba, que chegou ao poder em janeiro em um golpe de Estado, foi deposto por um rival, o capitão Ibrahim Traore, de 34 anos.
Um pequeno grupo de manifestantes da capital, Uagadugu, saiu às ruas nesta terça-feira para apoiar a Rússia e contra a França, a ex-potência colonial da África Ocidental.
O fundador do grupo Wagner, o empresário Yevgeny Prigozhin, apoiou nas redes sociais Traoré e suas tropas, que "fizeram o necessário pelo bem de seu povo". A junta do vizinho Mali criou laços com o grupo Wagner, também desafiando as advertências ocidentais.
O grupo Wagner é acusado de abusos de direitos humanos na República Centro-Africana, Líbia, Síria e cada vez mais na Ucrânia, e os críticos o veem como um exército paralelo sob o comando do presidente russo, Vladimir Putin.