Ales Bialiatski, ativista bielorussoAnders WIKLUND/TT News Agency/AFP
Nobel da Paz vai para ativista de Belarus e organizações da Rússia e Ucrânia
Bielorusso Ales Bialiatski está preso e Comitê Nobel da Noruega pede libertação do defensor de direitos humanos
O ativista de direitos humanos bielorrusso Ales Bialiatski, a organização russa Memorial e o Centro para as Liberdades Civis na Ucrânia receberam o Prêmio Nobel da Paz nesta sexta-feira, 7.
"Eles fizeram um esforço impressionante para documentar crimes de guerra, violações de direitos humanos e abusos de poder. Juntos, eles demonstram a importância da sociedade civil para a paz e a democracia", disse à imprensa Berit Reiss, presidente do comitê norueguês do Nobel.
Um dos vencedores, Ales Bialiatski, está preso em Belarus por evasão fiscal. O Comitê Nobel da Noruega pediu nesta sexta-feira, 7, a libertação do defensor de direitos humanos. "Nossa mensagem é pedir às autoridades bielorrussas que libertem Bialiatski e esperamos que isso aconteça e que ele possa vir a Oslo e receber o prêmio", disse Berit Reiss-Andersen, presidente do comitê do Nobel. "Mas há milhares de presos políticos em Belarus e temo que meu desejo não seja muito realista". O Comitê ainda afirmou que o Prêmio da Paz não é contra Putin, mas pediu que ele interrompa a repressão de ativistas.
A ONG russa Memorial, proibida na Rússia, denunciou o julgamento que enfrenta nesta sexta-feira, 7, após a vitória. "Ao mesmo tempo em que o mundo inteiro nos parabeniza pelo Prêmio Nobel, acontece um julgamento no tribunal de Tverskoi (em Moscou) para confiscar as instalações da Memorial", denunciou o centro de direitos humanos desta organização, uma referência do luta pela liberdade e pela memória da repressão política na Rússia e na URSS.
Confira a relação dos dez últimos agraciados com o Prêmio Nobel da Paz:
2022: O ativista de direitos humanos bielorrusso Ales Bialiatski, a organização russa Memorial e o Centro Ucraniano para as Liberdades Civis "pelos seus esforços impressionantes para documentar crimes de guerra, violações de direitos humanos e abusos de poder".
2021: os jornalistas Maria Ressa (Filipinas) e Dimitri Muratov (Rússia), "por seus esforços para proteger a liberdade de expressão, que é uma condição prévia para a democracia e a paz duradoura".
2020: Programa Mundial de Alimentos (PMA), da ONU, por "seus esforços na luta contra a fome, sua contribuição para melhorar as condições de paz nas zonas de conflito e por ter impulsionado os esforços para não transformar a fome em uma arma de guerra".
2019: Abiy Ahmed, primeiro-ministro etíope, pela reconciliação entre seu país e a Eritreia.
2018: O ginecologista Denis Mukwege (República Democrática do Congo) e a yazidi Nadia Murad, por seus esforços para pôr fim ao uso da violência sexual como arma de guerra.
2017: Campanha Internacional para Abolir as Armas Nucleares (ICAN, na sigla em inglês), por sua luta para abolir este armamento.
2016: Juan Manuel Santos, por ter contribuído para pôr fim a meio século de guerra interna na Colômbia.
2015: Quarteto para o Diálogo Nacional na Tunísia, que permitiu salvar a transição democrática tunisiana.
2014: Malala Yousafzai (Paquistão) e Kailash Satyarthi (Índia), por seu combate contra a exploração infantil e dos jovens e pelo direito de todos à educação.
2013: Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), por seus esforços para erradicar esse tipo de armamento de destruição em massa
*Com informações da AFP
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