Protestos Andrea ARIZA / AFP
Petro condena abuso sexual na Colômbia, que motivou protestos feministas
A vítima denunciou a agressão nas redes sociais no dia 31 de outubro; o abuso foi no Transmilenio, um sistema de transporte de massa em Bogotá
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, condenou nesta sexta-feira (4) a agressão sexual contra uma menor de idade no sistema de transporte público de Bogotá, que deu origem a protestos feministas.
"O homem que comete o abuso sexual de uma colega nossa, militante do Pacto Histórico (esquerda), de 17 anos, esse homem representa - não é o único - toda uma corrente dentro dos que somos homens, degrada, que sente medo do poder da mulher", disse o presidente durante um evento na capital com as vencedoras do campeonato mundial de futebol de salão deste ano.
A jovem denunciou nas redes sociais ter sido vítima de uma agressão sexual no Transmilenio, o sistema de transporte de massas de Bogotá, em 31 de outubro. Segundo seu testemunho em vídeo, um homem a ameaçou com uma faca dentro do ônibus, roubou seus pertences, a obrigou a sair do veículo "à base de ameaças", a levou "para atrás da estação" e ali a forçou a fazer "sexo oral" nele.
A menor queixou-se, ainda, de entraves judiciais que a impediram de formalizar a denúncia e que acabou por isso sendo vitimizada mais uma vez. O vídeo viralizou e motivou protestos feministas em Bogotá nesta quinta. Dezenas de mulheres com lenços verdes e roxos bloquearam a passagem do Transmilenio.
"Você se cansa de ouvir falar sobre isso? A gente se cansa de passar por isso", dizia um cartaz, enquanto as manifestantes gritavam palavras de ordem contra a polícia, que acompanhava a manifestação.
"Eu entendia quando jovem a palavra revolução de outra forma. Mas hoje, que não sou tão jovem, a revolução é isto. É a insurgência do mundo feminino no poder, na sociedade", afirmou Petro, que militou no M-19, uma guerrilha nacionalista que assinou a paz em 1990.
Mais de 15.800 menores foram vítimas de suposto abuso sexual na Colômbia entre janeiro e setembro de 2022, segundo autoridades judiciais.