Prevenção do câncer de próstata ganha uma nova arma com a biópsia transperinealGleisiane Carvalho
Para o diagnóstico precoce do câncer de próstata, é recomendado começar os exames preventivos a partir dos 50 anos, ou cinco anos antes, caso o homem faça parte de um dos fatores de risco: ser afrodescendentes ou apresentar casos de câncer de próstata na família. A biópsia é solicitada quando o médico suspeita que há algo errado ao analisar os exames de sangue, no qual é observado a dosagem de PSA, e o do toque retal. Primeiramente, é feito uma ressonância magnética e, ao constatar que há um nódulo na imagem, a biópsia se faz necessária. No Brasil, a técnica mais utilizada ainda é a transretal, mas, em breve, isso deve mudar.
Recentemente, dois urologistas brasileiros Carlos Watanabe e Davi Constantin, que já são adeptos da biópsia transperineal, foram à Dinamarca para acompanhar de perto o que há de mais moderno sendo utilizado naquele país para o diagnóstico da doença. Médico do Hospital Moriah, em São Paulo, Constantin realiza a técnica transperineal desde 2019, já que a unidade foi um dos primeiros hospitais no Brasil a adotar o procedimento.
Já Carlos Watanabe, que trabalha no Hospital Sírio Libanês de Brasília, ficou satisfeito ao ver a maneira como realizam a biópsia transperineal na Europa.
Em uma publicação recente da Associação Europeia de Urologia, a entidade compara por meio de estudos que há uma redução de 95% de complicações por infecção quando usada a biópsia transperineal ao invés da retal. De acordo com os estudos, a chance de contaminação com a biópsia transperineal é de apenas 0,1%.
Tratamento
De acordo com os especialistas, se detectado no início, o câncer de próstata tem 90% de chance de cura. Em geral, a cirurgia de câncer de próstata é uma excelente alternativa para o tratamento definitivo. Outra opção seria radioterapia. Atualmente há três opções de cirurgia. A cirurgia aberta tradicional com corte abaixo do umbigo, a laparoscópica e a cirurgia robótica.
Entre as modalidades cirúrgicas, a preferida dos especialistas é a robótica. “A alta tecnologia associada ao amplo movimento das pinças, que superam os movimentos das mãos humana, proporcionam uma melhor preservação das estruturas que garantem além da cura uma melhor preservação da potência sexual e continência urinária”, afirma Constantin. Apesar de ele recomendar, sempre que possível, a utilização do robô, o médico lembra que a videolaparoscopia também é um tratamento minimamente invasivo e tem a vantagem de ter um custo mais acessível.
“O ultrassom moderno utilizado na biópsia da próstata, também pode se utilizado na cirurgia robótica do câncer de rim, por exemplo, apenas trocando o transdutor. Desta forma, a gente consegue avaliar o órgão por dentro, durante o procedimento de retirada do tumor ajudando a preservar o rim saudável”, afirma Watanabe.
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