Chris Hani era uma das principais lideranças populares da luta contra o apartheid na África do SulInternet/Reprodução

O máximo tribunal da África do Sul ordenou nesta segunda-feira, 21, a liberdade condicional para o imigrante polonês Janusz Walus, condenado pelo assassinato em 1993 do herói da luta contra o apartheid Chris Hani, cujo crime levou o país à beira de uma guerra civil.
Walus, de 69 anos, cumpriu quase três décadas de uma condenação à prisão perpétua pela morte de Hani, que ocorreu em um momento complicado das negociações para acabar com o apartheid.
Walus assassinou Hani, que era um líder popular do Partido Comunista, um ano antes de a África do Sul realizar as primeiras eleições livres multirraciais.
O presidente do Tribunal Constitucional, Raymond Zondo, ordenou ao Ministério da Justiça que colocasse Walus "em liberdade condicional, nos termos que considerar adequados".
Walus "cometeu um crime muito grave (...), assassinato a sangue frio", disse Zondo, acrescentando que "seu comportamento quase mergulhou o país em distúrbios civis", mas que tinha direito por lei à liberdade condicional.
Ao assassinar Chris Hani, Walus "pretendia atrapalhar a busca pela democracia no país", disse Zondo. Hani era o secretário-geral do Partido Comunista Sul-Africano (SACP) e líder do Umkhonto we Sizwe, o braço armado do Congresso Nacional Africano (ANC).
Ele foi morto a tiros em uma rodovia a caminho de casa em 10 de abril de 1993, em um subúrbio de Joanesburgo. Sua morte provocou distúrbios nos subúrbios, que só diminuíram depois que Nelson Mandela fez um discurso na televisão pedindo calma.