Rómulo Calvo, líder do Comitê Cívico departamental, declarou suspensão dos protestosReprodução

A região de Santa Cruz, reduto da oposição de direita e locomotiva econômica da Bolívia, suspendeu neste sábado (26), após 36 dias, os protestos para exigir um censo populacional, marcado pelo governo de esquerda para abril de 2024.
O governo aceitou aprovar uma lei no Congresso para garantir a realização do censo nesta data, a distribuição de recursos econômicos e a redistribuição de assentos antes das eleições presidenciais de 2025.
A Câmara dos Deputados aprovou a lei neste sábado e a enviou ao Senado para ratificação, o que levou Santa Cruz a suspender os protestos.
Rómulo Calvo, líder do Comitê Cívico departamental, poderoso conglomerado civil-empresarial, destacou que "a partir deste momento fazemos um quarto intervalo, levantamos a greve e os bloqueios, sem suspender nossa luta".
"Hoje é um dia histórico [porque] a democracia venceu", acrescentou em comunicado à imprensa.
Santa Cruz iniciou os protestos em 22 de outubro com bloqueios de ruas, avenidas e estradas interdepartamentais para exigir do presidente Luis Arce um censo populacional para 2023. A distribuição de recursos públicos e a atribuição de assentos no Parlamento dependem do número de habitantes das regiões.
Durante mais de um mês de protestos, o transporte público foi paralisado e os mercados varejistas funcionaram esporadicamente um ou dois dias por semana.
Houve também confrontos de rua entre opositores e simpatizantes do governo que deixaram, segundo o governo, quatro mortos e mais de 170 feridos.
O Poder Executivo rejeitou o pedido de Santa Cruz, argumentando que era tecnicamente impossível organizar o censo para o ano que vem, e marcou para abril de 2024.