Papa FranciscoANDREAS SOLARO / AFP
Em uma entrevista publicada na segunda-feira, 28, Francisco afirmou que os "mais cruéis" entre as fileiras da Rússia na Ucrânia "não são da tradição russa", mas minorias como "chechenos, buryats e outros".
De acordo com a agência estatal russa RIA Novosti, o embaixador de Moscou no Vaticano, Alexander Avdeev, apresentou uma queixa oficial após as declarações.
Em setembro, quando o Kremlin anunciou o recrutamento de centenas de milhares de homens para o Exército, Moscou foi acusada de atrair desproporcionalmente minorias étnicas da Sibéria e do Cáucaso.
Os críticos afirmam que as minorias de regiões empobrecidas e isoladas morrem em maior número na Ucrânia do que os russos.
Ao mesmo tempo, essas minorias são acusadas de terem um papel violento em lugares como Bucha, a cidade ucraniana onde soldados russos supostamente cometeram massacres de civis.
A Free Buryatia Foundation, um grupo que defende os direitos dos buryats e se posicionou contra o conflito na Ucrânia, também criticou os comentários do papa.
"Os estereótipos continuam sendo estereótipos, independentemente de quem os reproduz: ativistas, políticos, ou líderes espirituais.
E os comentários do papa sobre os 'cruéis buryats e chechenos' não são apenas estereótipos racistas, mas também mentiras", condenou a organização em mensagem publicada nas redes sociais.
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