Caso aconteceu no 10º arrondissement, em ParisThomas Samson/AFP

Manifestantes curdos entraram em confronto com a polícia francesa em Paris nesta sexta-feira (23), perto de um centro cultural curdo, onde um homem matou três pessoas a tiros horas antes, informou um jornalista da AFP.
Os incidentes começaram quando os manifestantes enfrentaram um cordão policial que protegia o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, que se deslocou ao local para fornecer alguns detalhes da investigação em curso à imprensa.
As forças de segurança usaram gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, que por sua vez responderam lançando projéteis contra eles e também fizeram fogueira com lixo e ergueram barricadas na rua. Os confrontos continuavam na capital francesa por volta das 17h (13h no horário de Brasília).
O tiroteio aconteceu na Rue Enghien, no 10º 'arrondissement', próximo a um centro cultural curdo, em um bairro com inúmeras lojas e moradores de origem curda. O ataque deixou pelo menos três mortos e três feridos, segundo balanço da Promotoria de Paris. O suspeito foi preso logo após os fatos.
Segundo duas fontes policiais, o detido, um condutor de trem aposentado de 69 anos, de nacionalidade francesa, é conhecido por duas tentativas de homicídio cometidas em 2016 e dezembro de 2021. Darmanin disse à imprensa que o detido "queria manifestamente atacar estrangeiros".
Segundo ele, "não é certo" que o atacante queria atingir "especificamente os curdos", depois que rumores nesse sentido circularam na Turquia.
"Ainda não sabemos as suas motivações exatas", enfatizou o ministro, que explicou que o suspeito "era atirador num clube esportivo e tinha inúmeras armas declaradas".
Entre as vítimas também não havia "nenhuma pessoa, que eu saiba, especialmente apontada e conhecida" pelas autoridades francesas, explicou Darmanin, em resposta a uma pergunta sobre sua eventual filiação ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma organização considerada "terrorista" pela União Europeia.