Yoon Suk-yeol, presidente da Coreia do SulReprodução: redes sociais

Seul e Washington discutem a realização de exercícios conjuntos com equipamento nuclear americano, em resposta às crescentes ameaças da Coreia do Norte, informou o presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, nesta segunda-feira, 2. 
Em entrevista ao jornal "Chosun Ilbo", Yoon disse que o "guarda-chuva nuclear" e a "dissuasão estendida" existentes, por parte dos Estados Unidos, agora são insuficientes para proteger os sul-coreanos.
"As armas nucleares pertencem aos Estados Unidos, mas o planejamento, o compartilhamento de informações, os exercícios e o treinamento devem ser conjuntos entre Coreia do Sul e Estados Unidos", afirmou Yoon, acrescentando que Washington é favorável à ideia.
Seus comentários surgem um dia depois de a imprensa estatal ter informado que o líder norte-coreano, Kim Jong-un, pediu um aumento "exponencial" no arsenal nuclear de seu país e mais mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) para contrabalançar o que entende como hostilidade de Washington e Seul.
Em um relatório ao fim de uma reunião-chave de seu partido, Kim pediu "um aumento exponencial do arsenal nuclear do país", noticiou a agência KCNA no domingo, 1º.
O texto afirma que o Norte precisa "produzir em massa armas nucleares táticas" e "desenvolver outro sistema de mísseis balísticos intercontinentais, cuja missão principal é um rápido contra-ataque nuclear".
Esses objetivos fazem parte da nova orientação da estratégia nuclear e de defesa de 2023, completa a matéria.
A tensão militar se acentuou na península coreana em 2022, devido à série recorde de testes de armamentos feitos pelo Norte e ao reforço de exercícios conjuntos entre os exércitos sul-coreano e americano.
A série de disparos de Pyongyang terminou no sábado (30), com três mísseis de curto alcance e, em seguida, com um lançamento incomum, na madrugada de domingo, às 2h50 locais (15h50 de sábado em Brasília), relataram os militares sul-coreanos.
De acordo com a agência KCNA, foram "disparos de teste de vários grandes lança-foguetes".
Kim disse que as armas têm capacidade de "carregar ogivas nucleares táticas" e põem a Coreia do Sul "totalmente dentro do alcance" do impacto. Sob Yoon, a Coreia do Sul intensificou suas manobras militares com os Estados Unidos.
As operações foram reduzidas durante a pandemia da covid-19, e suspensas por seu antecessor Moon Jae-in, que buscava uma (fracassada) aproximação diplomática com o Norte.
Desde o colapso das negociações em 2019, Kim insiste em seus programas de armas proibidas, enquanto Seul e Washington alertam, há meses, que Pyongyang se prepara para lançar seu sétimo teste nuclear.