Outras 10 pessoas ficaram feridas, algumas em estado graveAFP

Califórnia - A polícia de Los Angeles informou, na noite deste domingo, 22, que morreu o suspeito de ter atacado a tiros um estúdio de dança em Monterey Park, no sul da Califórnia, Estados Unidos. Segundo a corporação, além de matar 10 pessoas e deixar outras 10 feridas, ele atirou contra si mesmo.
O xerife do condado de Los Angeles, Robert Luna, onde fica a cidade conhecida como "New Chinatown", informou que uma van com um aviso de busca foi rastreada e que, quando os policiais se aproximaram, ouviram um tiro dentro do veículo.
"O suspeito sofreu uma bala autoinfligida por arma de fogo e foi declarado morto no local", disse Luna. Ele foi identificado pela polícia como Huu Can Tran, de 72 anos. "Posso confirmar que não há suspeitos pendentes", acrescentou o xerife.
"A investigação ainda está em andamento. Os detetives de homicídios (...) trabalham dia e noite para reunir informações adicionais e determinar o motivo por trás desse incidente extremamente trágico", detalhou.
A busca pelo suspeito começou 12 horas antes, depois que o homem descrito pela polícia como asiático abriu fogo no estúdio de dança em Monterey Park, na cidade que tem cerca 60.000 habitantes, a maioria de origem asiática. No final da manhã de domingo, a polícia cercou o veículo de cor branca em Torrance, ao sul de Los Angeles e a pouco mais de 40 km de Monterey Park.
Imagens aéreas mostraram a van cercada por carros blindados, enquanto um grande número de viaturas estava próximo, dentro de um amplo cordão policial. Homens uniformizados fortemente armados invadiram a van após quebrarem a janela do lado do passageiro. O suspeito foi encontrado já sem vida no banco do motorista.
A polícia respondeu às ligações de emergência pouco depois das 22h00 de sábado (03h00 de domingo, no horário de Brasília), e, quando os agentes chegaram, encontraram pessoas saindo do clube de dança.
Entre as vítimas que não resistiram aos ferimentos estão cinco mulheres e cinco homens, disseram as autoridades, sem dar nomes ou idades. Testemunhas afirmaram que o suspeito atirou indiscriminadamente. O suposto atirador foi para outro estabelecimento de dança a uma curta distância, mas foi abordado e desarmado antes de fugir.
O xerife homenageou duas pessoas no local do segundo incidente. "Posso dizer que o suspeito entrou lá, provavelmente com a intenção de matar mais pessoas, e dois membros corajosos da comunidade decidiram que iriam entrar em ação e desarmá-lo", afirmou. A arma usada foi "uma pistola de assalto semiautomática (...) que tinha um carregador estendido de alta capacidade", detalhou Luna.
"Não sabemos se isso é especificamente um crime de ódio conforme definido por lei", disse Luna, "mas quem entra em um salão de dança e atira em 20 pessoas?", questionou. A polícia e especialistas ainda trabalham no local do massacre, conforme apurado pela 'AFP'.
Perto do local, uma faixa desejava aos moradores um "Feliz Ano do Coelho". Dezenas de milhares de pessoas se reuniram para o festival de dois dias do Ano Novo Lunar, um dos maiores da região. Os eventos agendados para domingo foram cancelados após o ataque.
"Meu coração está partido pelas vítimas, por suas famílias e pelas pessoas da minha cidade natal", lamentou Judy Chu, ex-prefeita de Monterey Park, em uma rede social. Ela esteve no local, juntando-se às festividades horas antes do tiroteio, quando a multidão ainda era grande. "Isso poderia ter sido muito pior", afirmou.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou que as bandeiras em prédios públicos de todo o país fiquem a meio mastro até 26 de janeiro, "um sinal de respeito pelas vítimas" do tiroteio, disse um comunicado da Casa Branca.
O ataque foi o mais mortal desde o tiroteio em massa em Uvalde, Texas, que deixou 21 vítimas em uma escola em 24 de maio de 2022. De acordo com o site Gun Violence Archive, os Estados Unidos registraram 647 assassinatos em massa no último ano, definidos como incidentes com quatro ou mais pessoas baleadas ou mortas, sem incluir o atirador.