Total de 207 passageiros brasileiros embarcaram em Tel Aviv nesta sexta-feira, 13 Divulgação/GOV BR

Israel - O quarto avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para o resgate de brasileiros em Israel decolou de Tel Aviv, às 12h45 (do horário de Brasília) desta sexta-feira, 13, de volta para o Brasil. Ao todo, 207 estão a bordo do modelo KC-30 com previsão de pousar no Rio de Janeiro, à 1h do sábado, 14.
Do total de passageiros, 118 irão para São Paulo, outros 31 para o Rio de Janeiro, 13 em Porto Alegre, dez em Florianópolis e cinco em Brasília e Belo Horizonte. Há ainda quatro que vão para Curitiba, outros quatro para Goiânia, três para Natal, três para Manaus, dois para Fortaleza, dois para Recife, dois para Ribeirão Preto (SP), um para Salvador, um para Vitória, um para Porto Seguro (BA), um para João Pessoa e um para Belém.
Outras duas aeronaves estão previstas para serem enviadas até domingo, 15, com objetivo de resgatar os brasileiros que continuam no país enquanto o conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas continua na Faixa de Gaza e no território israelense.
Segundo o Palácio do Itamaraty, mais de 2 mil brasileiros já procuraram as autoridades para retornar ao país. Na quarta-feira, 11, o ministro Aloysio Mares Dias Gomide Filho, diretor do departamento consular, ressaltou que está sendo feito um "pente-fino" na lista, pois foram verificados nomes duplicados ou, até, triplicados. Neste número, estão incluídos também os nomes dos 425 brasileiros que desembarcaram entre quarta e quinta.
O ministro pontuou que não necessariamente todos os nomes da lista solicitaram repatriação. Segundo ele, em alguns casos, os brasileiros registraram os nomes apenas para solicitar informações da Embaixada e informar a situação do conflito.
No primeiro avião da Operação Voltando em Paz, 107 passageiros desembarcaram em Brasília e 104 seguiram para o Rio de Janeiro em dois aviões da FAB. As testemunhas da guerra agradeceram e demonstraram a sensação de alívio durante o desembarque no aeroporto. Em meio ao choro, o grupo relatou a tensão e momentos angustiantes vividos nos últimos dias em Israel, com o zunido de mísseis e toque de sirenes.
O segundo, 214 brasileiros chegaram ao Aeroporto do Galeão, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, na madrugada desta quinta. O avião KC-30, da Força Aérea Brasileira (FAB), decolou às 12h30 de Tel Aviv e não fez escala. Três gatos e um cachorro também estavam na aeronave.
Já o terceiro pousou em Recife por volta das 6h07 desta nexta-feira, 13. A aeronave KC-390 da Força Aérea Brasileira (FAB), com 69 passageiros, decolou de Tel Aviv às 11h45 (horário de Brasília) de quinta-feira, 12.
Do total de passageiros, cinco desembarcaram em Recife. Os demais seguiram para outras cidades: 29 com destino final em São Paulo; nove para o Rio de Janeiro; outros nove para Belo Horizonte; cinco para Recife, quatro para Goiânia; quatro para Porto Alegre; dois para Vitória; um para Uberlândia (MG) e um para Cuiabá.
Uma aeronave VC-2 (Embraer 190) da Presidência da República também foi enviada para resgatar brasileiros que estão no lado palestino do conflito no Oriente Médio. O avião aterrisou em Roma nesta manhã e aguarda autorização para ir ao Egito.
O acionamento foi feito em caráter de urgência. O objetivo é deslocar cerca de 20 brasileiros que estão em Gaza e manifestaram interesse em retornar ao Brasil. Com capacidade para 40 passageiros, o avião presidencial foi cedido especialmente para a missão.
Repatriação
O governo israelense autorizou o envio de dois aviões do Brasil para o resgate de cidadãos do país na última segunda-feira, 9. A aeronave da FAB já estava em Roma (Itália) quando a autorização foi concedida, após sair do Rio Grande do Norte no domingo.

O KC-30 é a maior aeronave da FAB e consegue voar uma distância de 14,5 mil quilômetros. De acordo com a FAB, outros dois aviões deste modelo serão utilizados na missão em Israel, além de dois KC-390 e dois VC-2.
Em nota, o Ministério afirmou que a Embaixada em Tel Aviv ainda estaria recebendo, por meio de formulário online, pedidos de brasileiros interessados em repatriação. "O Ministério das Relações Exteriores reitera a orientação no sentido de todos os nacionais que possuam passagens aéreas, ou condições de adquiri-las, embarquem em voos comerciais a partir do aeroporto Ben-Gurion, que continua a operar".

Os candidatos à repatriação devem seguir critérios de prioridade Em um primeiro momento, residentes no Brasil sem passagem aérea serão priorizados.
Mortes de brasileiros e reféns
Na terça-feira, 10, o Itamaraty confirmou a morte de Ranani Glazer e Bruna Valeanu, ambos de 24 anos. Na manhã desta sexta-feira, também foi confirmada a morte da terceira brasileira que estava desaparecida, Karla Stelzer Mendes, de 42 anos.
Eles estão entre os participantes de uma festa rave que sofreu um ataque relâmpago no último sábado, 7. O grupo palestino Hamas bombardeou Israel e levou reféns para a Faixa de Gaza. Na segunda-feira, 9, o grupo chegou a afirmar que haveria uma execução de refém para cada bombardeio de Israel no território. A ameaça não intimidou os militares israelenses, que continuam bombardeando o enclave palestino um dia depois do comunicado.
Na manhã de quarta, o Ministério da Defesa de Israel afirmou que há brasileiros entre as pessoas que estão sendo mantidas reféns. O anúncio foi feito por um porta-voz do Exército israelense. Segundo ele, há também reféns da Argentina. O número e suas identidades não foram confirmados pelo governo israelense.
Mais tarde, o porta-voz internacional das Forças de Defesa de Israel, Jonathan Conricus, afirmou que não há confirmação completa sobre brasileiros feitos de refém pelo grupo terrorista. Ao Estadão, Conricus disse que os relatos de militares e fontes anônimas indicam que pode haver brasileiros entre os reféns, mas que não é possível ter certeza sobre isso no momento "A situação no momento é muito confusa e não dá para afirmar com toda a certeza que há brasileiros", disse.
De acordo com o Palácio do Itamaraty, também não há informações em relação à terceira brasileira desaparecida por conta do conflito. Sobral também disse que o governo brasileiro ainda trabalha para a confirmação da possibilidade de reféns brasileiros na região.