Maduro seria alvo de cinco suspostas conspirações para assassiná-loGabriela Oraa / AFP
'Profunda preocupação', diz governo dos EUA sobre sequência de prisões na Venezuela
Cerca de 33 pessoas foram detidas por suspostas conspirações para assassinar Nicolás Maduro
Os Estados Unidos expressaram nesta quarta-feira, 24, sua "profunda preocupação" com as ordens de prisão de 33 pessoas na Venezuela e pediram "o fim do assédio por motivos políticos" no país, após a oposição denunciar atos intimidatórios.
Na segunda-feira, 22, as autoridades venezuelanas anunciaram que, em 2023, cinco supostas conspirações para assassinar o presidente Nicolás Maduro foram frustradas e levaram à prisão de 32 pessoas. O Ministério Público anunciou novas prisões na terça-feira, sem especificar o número.
Relatos de assassinatos são frequentes no chavismo, que completa 25 anos no poder em 2024 e tem sua continuidade em jogo em eleições ainda sem data.
O governo do presidente democrata Joe Biden "está profundamente preocupado com a emissão de ordens de prisão e detenções contra pelo menos 33 venezuelanos, incluindo membros da oposição democrática, sociedade civil, ex-militares e jornalistas", afirma o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, em um comunicado.
"As prisões sem o devido processo vão contra o espírito do acordo sobre o rumo eleitoral de outubro de 2023", assinado entre a oposição e o governo venezuelano em Barbados, lembra Miller.
A líder da oposição María Corina Machado, que aspira a ser candidata nas eleições presidenciais apesar de ter sido inabilitada, relatou intimidação à sua campanha após a sede de seu partido, Vente Venezuela, ter sido pichada com o slogan "Fúria Bolivariana".
Washington expressou solidariedade à oposição. "Apelamos ao fim do assédio por motivação política, incluindo os ataques às sedes de campanha da oposição e a todos os esforços para reprimir as aspirações democráticas do povo venezuelano através do medo e da intimidação", destaca o Departamento de Estado.
Apesar de não reconhecerem a reeleição de Maduro em 2018, que consideram fraudulenta, os Estados Unidos relaxaram o embargo ao petróleo do país em compensação pelo acordo de Barbados, que determina a realização de presidenciais no segundo semestre de 2024 sob observação internacional.
Desde outubro, Washington alerta que tomará medidas, caso o acordo não seja cumprido. Nesta terça-feira reforçou o aviso.
"Os Estados Unidos continuam a apoiar o povo venezuelano em seu desejo de uma restauração pacífica da democracia" e "as ações contra" o acordo de Barbados "terão consequências", afirma o comunicado, que pede um "cronograma claro para as eleições" e a "reabilitação de todos os candidatos políticos".
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