Ministras do Canadã, Alemanha e Japão reunidas durante o encontro do G7 em Capri, na ItáliaGregorio Borgia / POOL / AFP

O grupo do G7 divulgou comunicado, após reunião dos ministros de Relações Exteriores em Capri, na Itália, no qual reafirma seu apoio à segurança de Israel e condena o ataque do último fim de semana do Irã contra o solo israelense, qualificando-o como "sem precedentes". A nota oficial, divulgada nesta sexta-feira, 19, não traz referência ao aparente ataque de Israel contra a cidade iranaina de Isfahan na última madrugada.
O G7, formado por Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália e Japão, teve reunião de ministros também com a presença do Alto Representante da União Europeia. O grupo qualifica a ação iraniana como "um passo inaceitável para a desestabilização da região e uma maior escalada, que precisa ser evitada". "Nós pedimos a todas as partes, tanto na região quanto fora, que ofereçam sua contribuição positiva para este esforço coletivo" pela paz, diz o texto.

Segundo o G7, o Irã não deve mais fornecer apoio ao Hamas nem tomar mais ações para desestabilizar o Oriente Médio, como apoiar o grupo libanês Hezbollah e outros atores. O comunicado também diz que o fornecimento de armas pelo Irã aos Houthis, do Iêmen, representam violação de resolução da Organização das Nações Unidas e aumentam as tensões. O G7 diz que o regime iraniano será responsabilizado por suas ações e afirma estar pronto para adotar mais sanções ou tomar outras medidas, "agora e em resposta a mais iniciativas desestabilizadoras".

O grupo também reitera sua determinação de que o Irã nunca deve desenvolver ou adquirir armas nucleares. Também se diz muito preocupado com relatos de que Teerã avaliar transferir mísseis balísticos e tecnologia relacionada para a Rússia.

O comunicado condena o "brutal ataque terrorista" do Hamas em Israel em 7 de outubro, e diz que Israel tem o direito de se defender, mas "precisa cumprir totalmente a lei internacional". E lamenta todas as perdas de civis, além de "notar com grande preocupação o número inaceitável de civis, inclusive milhares de mulheres, crianças e pessoas vulneráveis que têm sido mortas em Gaza, durante a ofensiva israelense. Reitera ainda sua oposição a uma ação militar em Rafah, que exacerbaria a crise humanitária.
G7 é contra operação militar em Rafah
Os ministros do G7 também expressaram a Israel sua oposição a uma grande operação militar em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, pois teria "consequências catastróficas para a população civil" concentrada na localidade.
Os representantes pediram um "plano confiável e prático do ponto de vista logístico para proteger a população civil" em Rafah, onde estão concentrados 1,5 milhão de palestinos do território, cercado por Israel.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirma que deseja prosseguir com a guerra até a destruição do Hamas, movimento islamista palestino que considera uma organização terrorista.

Ele está decidido a iniciar uma ofensiva terrestre em Rafah, apresentada como o último reduto do Hamas, que iniciou o atual conflito com sua ofensiva em território israelense em 7 de outubro, na qual 1.170 pessoas foram assassinadas.

As operações de represália de Israel na Faixa de Gaza deixaram mais de 33.900 mortos, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo Hamas.
*Com informações da AFP e Estadão Conteúdo