Claudia SheinbaumAFP
'Dia de glória'
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, disse na noite do domingo que "hoje é um dia de glória" no país por causa da vitória de Claudia Sheinbaum nas eleições presidenciais.
Sheinbaum era a candidata governista e, durante a campanha, prometeu dar continuidade ao trabalho de López Obrador.
Quase 450 mil pessoas foram assassinadas no México e dezenas de milhares estão desaparecidas desde 2006, quando o governo mobilizou os militares para a luta contra o crime organizado.
Quase 100 milhões de eleitores estavam registrados para votar no domingo. A taxa de participação das eleições foi de 60%. Com 20 mil cargos em disputa, incluindo as cadeiras no Congresso e nove dos 32 governos, estas foram as maiores eleições da história do país.
Visões contrapostas
Os eleitores destacam que ela foi eficiente em sua gestão como prefeita da Cidade do México (2018-2023) e que é uma "inspiração" para as mulheres neste país com altos índices de violência de gênero, no qual cerca de 10 mulheres são assassinadas diariamente, entre feminicídios e homicídios dolosos, segundo a ONU.
López Obrador distribuiu milhões em ajuda direta a idosos, jovens e deficientes, tirando 8,9 milhões de pessoas da pobreza. No entanto, um terço da população ainda vive na pobreza.
A expansão do crime organizado "é o problema mais assustador" que será enfrentado por Sheinbam, opinou Michael Shifter, pesquisador do Inter-American Dialogue, um grupo de reflexão com sede em Washington.
Também terá o desafio de manter os programas sociais quando o déficit fiscal subiu para 5,9% e o crescimento médio nos últimos seis anos foi de apenas 0,8%.
Outro desafio será o relacionamento com os Estados Unidos, o destino de 80% das exportações mexicanas, especialmente se Donald Trump voltar ao poder, alertou Shifter.
Trump ameaçou determinar deportações em massa de migrantes que cruzam a fronteira binacional de quase 3.200 km. Além disso, em 2026, os dois países e o Canadá terão que renegociar seu acordo comercial T-MEC.
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