"Estados Unidos estão prontos para um novo capítulo", disse, entre muitos aplausos no ginásio United Center. "Estamos preparados para a presidente Kamala Harris. E Kamala Harris está pronta para o trabalho", acrescentou.
"Sim, ela pode!", afirmou Obama, ao renovar e adaptar o slogan de sua campanha à presidência dos Estados Unidos em 2008.
O ex-presidente defendeu a unidade de um país polarizado, que terá uma disputa acirrada entre Kamala Harris, de 59 anos, e o republicano Donald Trump, de 78 anos. "Acredito que o que desejamos é voltar a um país no qual possamos trabalhar juntos".
Obama, um orador experiente, alertou em seu discurso que o país enfrenta um momento delicado ao enfatizar que as eleições de 5 de novembro tratam "da restauração do que Lincoln chamou, à beira de uma guerra civil, de 'nossos laços de afeto'".
"Donald Trump quer nos fazer acreditar que este país está irremediavelmente dividido entre nós e eles (...) É um dos truques mais antigos na política", comentou.
"Já vimos este filme e sabemos que as sequências geralmente são piores".
"Os laços que nos unem ainda estão aqui", disse o carismático político, que dedicou parte de seu discurso para homenagear Joe Biden, que foi seu vice-presidente e que desistiu da reeleição depois de ser muito criticado por sua idade avançada.
"Mas o bastão trocou de mãos. Agora é hora de lutar pelo país em que acreditamos", comentou o ex-presidente. "E não se enganem, vai ser uma batalha".
- "Honrados" - Obama encerrou a segunda noite da Convenção Nacional Democrata, antecedido por sua esposa Michelle Obama, que fez um discurso ancorado entre a esperança e a ação.
Em novembro, disse, "temos o poder de aliar nossa esperança com a ação". "Estados Unidos, a esperança está de volta", disse Michelle, que foi muito aplaudida por milhares de pessoas.
"Algo maravilhosamente mágico está no ar (...) é o poder contagioso da esperança", acrescentou.
Michelle também usou o seu tempo para atacar Trump e pediu aos democratas que trabalhem diante da dura batalha.
Algumas horas antes, ao ritmo de rap, rock, pop e até reggaeton, os quase 5 mil delegados democratas nomearam oficialmente Kamala Harris para assumir a candidatura à Casa Branca.
Estado por estado, com hinos da música americana como "California Love", de Tupac Shakur, ou "Born in the USA", de Bruce Springsteen, os delegados, acompanhados por figuras como a atriz Eva Longoria, o cineasta Spike Lee e o governador da Califórnia, Gavin Newsom, selaram o futuro de Kamala, que se prepara para viver os meses mais intensos de sua carreira.
"Nos nomearam, ao treinador [Tim] Walz e a mim, para sermos os próximos vice-presidente e presidente dos Estados Unidos", disse Kamala em uma transmissão televisiva de Milwaukee, cidade vizinha a Chicago, onde esteve na terça-feira para participar de um ato de campanha.
"Estamos tão honrados de ser seus indicados", acrescentou. "Esta é uma campanha do povo e, juntos, vamos abrir um novo caminho adiante. A todos, em Chicago e nos Estados Unidos: Obrigada."
O evento de Kamala, vestindo um impecável terno azul, foi realizado na mesma arena em que, no mês passado, seu rival, Donald Trump, foi oficializado pela Convenção Nacional Republicana.
A vice-presidente, que revitalizou a campanha democrata, lotou a arena com capacidade para 18 mil pessoas em uma demonstração de força que segue de perto os passos de Trump.
Seu marido, Doug Emhoff, o primeiro segundo-cavalheiro da história dos Estados Unidos, assumiu a tarefa de pintar um retrato pessoal, humano, da candidata.
"Eu te amo e estou tão orgulhoso de como você assumiu essa responsabilidade por todos nós", disse Emhoff, que foi apresentado por seu filho Cole.
"Ela fez isso por mim e por nossa família. Agora que o país precisa dela, ela está mostrando o que já sabíamos: ela está pronta para liderar, ela assume essa tarefa com alegria e força, e ela será uma grande presidente da qual todos teremos muito orgulho".
Emhoff conquistou o público da Convenção e pediu que confiem em Kamala para comandar o país, assim como ele confiou sua própria família.
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