Justiça da Venezuela emitiu um mandado de prisão contra o opositor Edmundo González Reprodução / Internet

O comandante do Exército, general Tomás Paiva, afirmou que a fronteira do Brasil com a Venezuela está "dentro da normalidade", mas que o governo brasileiro acompanha a situação. A declaração ocorre após a Justiça da Venezuela ter emitido um mandado de prisão contra o opositor Edmundo González na segunda-feira, 2.
"Com a fronteira, a gente está dentro da normalidade, está tranquilo. O número de pessoas, a gente tem acompanhado, é o mesmo número que tem entrado no Brasil em todos os momentos. Não houve nenhuma mudança", afirmou o comandante nesta manhã a jornalistas, em solenidade de posse do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Mauro Campbell Marques no cargo de Corregedor Nacional de Justiça.
González foi o candidato da oposição nas eleições de julho, que o chavismo diz ter vencido em meio a denúncias de fraude e da falta de reconhecimento da comunidade internacional. A Justiça da Venezuela atendeu pedido do Ministério Público.
O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que, em relação ao Brasil, a situação da fronteira está tranquila. "Com relação a eles Venezuela, eu não sei", disse a jornalistas.
Como mostrou a Coluna do Estadão, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva viu com muita preocupação a ordem de prisão emitida contra González. Em conversas reservadas, o chefe do Executivo chegou a dizer que o país vizinho está se distanciando cada vez mais da comunidade internacional.
Na avaliação do Itamaraty, Caracas tem mandado sinais de que não quer negociar. Lula ainda não chama Nicolás Maduro de ditador, mas, de acordo com interlocutores, já percebeu que ele se enreda cada vez mais numa escalada autoritária. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deve conversar com Lula nesta terça-feira, 3, sobre a ampliação da crise na Venezuela.