Guterres está preocupado devido "aos relatos de violência pós-eleitoral e violações de direitos humanos"AFP
Em sua primeira conversa por telefone desde a eleição contestada, Guterres disse a Maduro estar preocupado devido “aos relatos de violência pós-eleitoral e violações de direitos humanos”.
Guterres ressaltou a "necessidade de resolver qualquer disputa política de forma pacífica, por meio de um diálogo genuíno e inclusivo", conforme indicado em um comunicado do escritório do porta-voz. Ele também observou as posições do presidente sobre a situação.
Na próxima quinta-feira, durante a Assembleia Geral da ONU, está previsto um encontro ministerial para analisar a situação na Venezuela, patrocinado pelos Estados Unidos.
Uma missão de observadores do Centro Carter considerou que a eleição “não se adequou a parâmetros e padrões internacionais de integridade eleitoral e não pode ser considerada como democrática”.
Exílio
Parte da comunidade internacional, liderada pela União Europeia, Estados Unidos e vários países latino-americanos, não reconhece a vitória de Maduro.
No dia 12 de setembro, cerca de cinquenta países pediram na ONU que as autoridades eleitorais venezuelanas tornem públicas as atas de votação. Os Parlamentos europeu e espanhol reconheceram nos últimos dias González Urrutia como "presidente legítimo".
Enquanto isso, o governo venezuelano “intensificou o aparelho repressivo” para "silenciar" a oposição, denunciou na terça-feira um grupo de especialistas da ONU, mencionando violações de direitos humanos, incluindo crimes contra a humanidade.
Argentina, Canadá, Chile, Equador, Guatemala, Paraguai e Uruguai pediram hoje ao conselho que investigue essas "violações graves".
O Ministério venezuelano das Relações Exteriores indicou em comunicado que "rejeita, de maneira categórica" um "relatório vulgar e panfletário, redigido por uma missão ilegítima, politizada e ideologizada", e acusou os especialistas de "cumprir ordens de Washington".
Ao apresentar o relatório ao plenário do Conselho de Direitos Humanos, a chefe da missão, Marta Valiñas, alertou que "está desaparecendo a mínima aparência de legalidade na atuação das autoridades", pelo que "o risco de desintegração do estado de direito na Venezuela é muito alto".
María Corina Machado agradeceu da clandestinidade "esse relatório valioso e urgente" e pediu ao conselho que “acompanhe os venezuelanos, para que se respeite a verdade e a soberania popular expressa em 28 de julho".
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