Sheinbaum diz que o importante era atender à medida que Trump adotouAFP
"Não vai haver [uma] potencial guerra tarifária" com os Estados Unidos, afirmou Sheinbaum, garantindo que, durante a ligação, ambos discutiram temas como migração e tráfico de drogas, que são preocupações de Trump.
O futuro presidente americano ameaçou, na última segunda-feira, impor tarifas aduaneiras de 25% sobre todas as mercadorias que o México exporta para os Estados Unidos, caso o governo de Sheinbaum não interrompa o fluxo de migrantes irregulares e o tráfico de drogas na fronteira.
A advertência também incluiu o Canadá, terceiro parceiro do acordo de livre-comércio da América do Norte, T-MEC.
Sheinbaum disse que foi discutido "o fundamento pelo qual ele [Trump] propôs aumentar as tarifas". "O importante era atender à medida que ele adotou", insistiu.
"Não falamos então sobre as tarifas, isso já não foi colocado dessa maneira", disse Sheinbaum em sua habitual coletiva de imprensa matinal.
A presidente mexicana acrescentou que haverá "outras conversas" entre seu governo e a equipe de Trump até a posse do republicano em 20 de janeiro.
Segundo uma mensagem de Trump publicada em sua rede, Truth Social, a mandatária mexicana "concordou em conter a migração através do México para os Estados Unidos, efetivamente fechando a fronteira sul".
Nesta quinta-feira, a presidente deu o assunto por encerrado perante a imprensa.
"Posso garantir a vocês, dou a certeza de que nunca, jamais - seríamos incapazes -, cogitaríamos fechar a fronteira ao norte [...] Claro que não estamos de acordo com isso", reiterou.
Sheinbaum enviou, na terça-feira, uma carta ao magnata alertando-o de que a migração e o consumo de drogas não serão resolvidos "com ameaças" e que, se os Estados Unidos impuserem tarifas, o México adotará uma medida similar.
Preocupação com fentanil
"Ele se interessou muito [...], pediu que lhe enviássemos o que foi feito na administração passada, e o chanceler enviou no próprio dia de ontem [quarta-feira] à sua equipe [de Trump]", relatou a presidente.
Em sua carta de terça-feira, Sheinbaum atribuiu a "epidemia" de fentanil nos Estados Unidos a "um problema de consumo e de saúde pública".
Trump, por sua vez, atribui as dezenas de milhares de mortes por overdose deste opioide sintético em seu país aos cartéis de drogas mexicanos.
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