Promotores avaliam crimes, depois de auditores identificarem 163 operários em condições análogas à escravidão Reprodução / BYD
Promotores federais avaliam possíveis crimes, depois de auditores identificarem "163 operários em condições análogas à escravidão" no local.
Os trabalhadores, contratados pela subcontratada da BYD, Jinjiang Open Engineering, foram considerados "vítimas de tráfico internacional para trabalho análogo à escravidão", segundo o comunicado.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, confirmou que Pequim "tomou nota das informações relevantes [...] e está verificando a situação".
Ning acrescentou que a China "dá grande importância à proteção dos direitos legítimos e interesses dos trabalhadores, e sempre exigiu que as empresas chinesas operem de acordo com a lei e as regulamentações".
As autoridades brasileiras indicaram na segunda-feira que foram identificadas violações trabalhistas na construção daquela que seria a maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, em Camaçari, a cerca de 50 km de Salvador.
As obras foram parcialmente suspensas pelo MPT da Bahia.
O MPT, junto com outros órgãos públicos, realizou desde novembro uma série de inspeções que permitiram identificar os 163 operários em condições análogas à escravidão.
A instituição informou em um comunicado que os trabalhadores dormiam em camas sem colchões, tinham apenas um banheiro para 31 pessoas, trabalhavam longas horas sob o sol e apresentavam "sinais visíveis de danos na pele". Os operários tinham seus passaportes confiscados e o empregador "retinha 60% do salário".
A Jinjiang negou a existência de "condições análogas à escravidão" nas obras de construção e se manifestou contra as acusações.
"A inexplicável definição de 'escravizados' fez com que nosso pessoal se sentisse gravemente insultado", escreveu a empresa na rede social chinesa Weibo.
Um representante da Jinjiang disse à AFP nesta sexta-feira que a empresa realizará uma coletiva de imprensa no Brasil.
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