Spike Lee presenteou papa Leão XIV com uma camiseta do time de basquete New York KnicksVatican Media
O pontífice, de 70 anos, apertou a mão de todos os convidados no Palácio Apostólico, onde o diretor e roteirista americano Spike Lee lhe presenteou com uma camiseta do time de basquete New York Knicks. Entre os convidados estavam também os diretores italianos Dario Argento e Matteo Garrone.
Durante uma audiência, o papa agradeceu ao cinema por ser "uma arte popular no sentido mais nobre, que nasce para todos e fala com todos", e que sabe associar o entretenimento "com a narrativa da aventura e o espiritual do ser humano".
O cinema, insistiu, é "um laboratório de esperança, um lugar onde o homem pode voltar a olhar para si mesmo e para o seu destino".
Em seguida, o pontífice incentivou as instituições a continuarem apoiando a cultura e a sétima arte. "As estruturas culturais como os cinemas e teatros são os corações pulsantes de nossos territórios" e "contribuem para sua humanização", disse, em um discurso amplamente aplaudido.
Após a recepção, a atriz Cate Blanchett declarou aos jornalistas que as palavras do pontífice "foram extraordinárias".
"Quem dera que os ministros da Cultura de todo o mundo prestassem atenção a elas. Ele falou sobre compaixão e sobre se interessar pelos problemas do mundo", destacou.
Enfrentar 'as feridas do mundo'
O Vaticano afirmou na quarta-feira que o convite ao mundo do cinema buscava explorar "as possibilidades que a criatividade artística oferece à missão da Igreja e à promoção dos valores humanos".
"Nossa época precisa de testemunhas de esperança, beleza e verdade: vocês, com seu trabalho artístico, podem ser essas testemunhas", declarou Leão XIV aos profissionais do cinema.
Antes da cerimônia deste sábado, Leão XIV enumerou seus quatro filmes favoritos, a maioria deles focados na esperança: "A Felicidade Não Se Compra", de Frank Capra; "A Noviça Rebelde", de Robert Wise; "Gente Como a Gente", de Robert Redford, e "A Vida é Bela", de Roberto Benigni.
Durante o encontro, o Papa exortou seus convidados a confrontarem "as feridas do mundo".
"A violência, a pobreza, o exílio, a solidão, os vícios, as guerras esquecidas, pedem para ser vistas e contadas. O grande cinema não explora a dor: ele a acompanha, a investiga", disse ele, emocionado.

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