Por parroyo

As vendas europeias de carros subiram ao ritmo mais lento em cinco meses em abril, enquanto as dúvidas a respeito do crescimento econômico na região contribuíram com uma queda na Alemanha.

O volume registrado aumentou 4,2%, para 1,13 milhão de veículos, contra 1,08 milhão um ano antes, disse hoje a Associação Europeia dos Fabricantes de Automóveis, ou Acea, na sigla em francês. As vendas no quadrimestre subiram 7,1%, para 4,48 milhões de carros.

A expansão econômica nos países da zona do euro tem sido instável desde o fim da recessão, um ano atrás. Entre os principais sinais estão o encolhimento do produto interno bruto italiano no primeiro trimestre e a estagnação do PIB francês. As vendas de carros na Alemanha, maior mercado da Europa com cerca de um quarto do total, caiu 3,6%  em abril, enquanto o ganho na Itália foi de apenas 1,9%. O crescimento também foi prejudicado por uma queda da VW, marca da líder do mercado Volkswagen, e por um incremento mais lento que a média da Fiat.

O volume de vendas aumentou 4,2%, para 1,13 milhão de veículos, contra 1,08 milhão um ano antesAntonio-Milena

“A queda nas vendas de carros na Alemanha reflete a preocupação, entre consumidores e investidores, de que os problemas dos outros países europeus podem causar um impacto internamente”, disse Gianluca Spina, diretor da Escola Politécnica de Negócios de Milão, por telefone. “Os dados econômicos mais recentes da França e da Itália são preocupantes para toda a região”.

Vendas da VW

As vendas europeias de grupo da Volkswagen, que tem sede em Wolfsburg, Alemanha, subiram 4,1%. O crescimento foi amortecido por uma queda de 0,5% da marca VW, que revisará seu sedã médio Passat ainda neste ano, e por um ganho de 0,7% da unidade de luxo Audi. As vendas da Fiat, com sede em Turim, Itália, cresceram apenas 1,5% após uma queda nas vendas das unidades Lancia e Chrysler e também na divisão Alfa Romeo, que está sendo transformada em uma marca premium.

Os aumentos nas vendas de toda a indústria, em abril, foram impulsionados por saltos de 16% na Renault SA, de 8,7% na Ford e de 5,2% na Peugeot Citroën, que tem sede em Paris e é a segunda maior fabricante de carros da Europa.

A Acea compila números dos 28 países da União Europeia, exceto Malta, além de dados da Suíça, da Noruega e da Islândia. Os executivos das fabricantes da região estão prevendo um crescimento nas vendas em toda a indústria de 2% a 3% em 2014, após uma contração de seis anos e a maior baixa em duas décadas, registrada em 2013.

A Alemanha foi o único mercado entre os cinco principais da Europa a registrar uma queda no mês passado. A demanda subiu 29% na Espanha, posicionada em quinto lugar na Europa, e aumentou 8,2%  no Reino Unido, o mercado número 2.

Parte da mudança de estratégia da Fiat em sua fusão com a fabricante americana Chrysler Group LLC será abandonar a fabricação de carros em grandes volumes na Europa, “um segmento de mercado extremamente ingrato, que historicamente não produz margens e destrói o capital”, para focar em SUVs, sedãs e carros esportivos de alto padrão, disse o CEO Sergio Marchionne, no começo deste mês. “Eu ainda sou negativo em relação à Europa”.

A Bayerische Motoren Werke AG, maior fabricante de carros de luxo do mundo, vendeu 0,5% mais automóveis na Europa, já que um ganho de 3% da marca BMW compensou uma queda de 11% da marca Mini, que está atualizando sua linha de produção. A divisão Mercedes-Benz da Daimler AG, em terceiro lugar em vendas globais de veículos premium atrás da BMW e da Audi, da VW, registrou um incremento de 1,9%.

A Toyota Motor Corp., maior fabricante de automóveis do mundo, vendeu 3,1% mais veículos, ajudada por um incremento de 37% da marca de luxo Lexus. A Jaguar Land Rover, a divisão de alto padrão do Reino Unido da Tata Motors Ltd., com sede em Mumbai, entregou 27% mais carros e SUVs.

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