Por marta.valim

Guardas de fronteira ucranianos combatem uma coluna de "dezenas" de blindados que atravessaram a fronteira com a Rússia pela região do mar de Azov, informaram as autoridades ucranianas.

Ao mesmo tempo, Moscou informou a Kiev que tem a intenção de enviar um segundo comboio de ajuda humanitária ao leste da Ucrânia

"Um comboio de várias dezenas de tanques e veículos blindados cruzou a fronteira ucraniana perto da cidade industrial de Mariupol", afirmou o porta-voz das forças de segurança, Leonid Matiujin. "Guardas de fronteira interromperam o comboio. A batalha continua", disse.

Mariupol é uma cidade costeira de 500.000 pessoas no mar de Azov, na região de Donetsk, que fica a 50 km da fronteira com a região russa de Rostov e a 110 km do território controlado pelos rebeldes de Donetsk.

A localidade é o coração da indústria metalúrgica do leste da Ucrânia, onde fica uma das maiores fábricas de metais da Ucrânia.

A cidade participou no referendo separatista de 11 de maio para virar "República Popular de Donetsk", mas está sob controle das tropas de Kiev há vários meses.

Os combates na cidade em 9 de maio deixaram 10 mortos, mas o exército expulsou os separatistas pró-Rússia dias depois.

Mariupol é agora a sede administrativa da região de Donetsk, subordinada a Kiev. O governo local teve que abandonar a capital regional após a chegada dos insurgentes pró-Moscou.

As autoridades regionais divulgaram nesta segunda-feira uma mensagem para tentar tranquilizar a população, na qual afirmam que a administração "funciona com normalidade".

Novo comboio russo

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, afirmou que Moscou informou a Kiev a intenção de enviar um segundo comboio de ajuda humanitária ao leste da Ucrânia, sob controle dos separatistas pró-Rússia.

"Ontem (domingo) enviamos uma nota ao ministério ucraniano das Relações Exteriores com informação sobre nossa intenção de preparar o próximo comboio com ajuda humanitária, com detalhes sobre o conteúdo planejado", disse Lavrov.

"Esperamos que levem em consideração os mal-entendidos da passagem do primeiro comboio e que não aconteçam mais atrasos artificiais", completou.

A Rússia enviou na sexta-feira 230 caminhões com, segundo Moscou, 1.800 toneladas de ajuda humanitária ao reduto separatista de Lugansk, sem a presença de representantes da Cruz Vermelha, depois de acusar Kiev de atrasar a missão deliberadamente.

A Ucrânia e vários países ocidentais condenaram a ação, maas os caminhões retornaram à Rússia no sábado sem o registro de incidentes.

"Gostaríamos de estabelecer as condições para enviar o comboio pela mesma rota e com a mesma participação de agentes de fronteira e alfandegários ucranianos assim que possível", disse Lavrov.

"Estamos convencidos de que isto deve acontecer esta semana", afirmou, antes de recordar que o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e outras organizações alertaram para a degradação das condições humanitárias no leste da Ucrânia.

O conflito entre as forças de Kiev e os insurgentes pró-Moscou nas regiões separatistas de Donetsk e Lugansk provocaram 2.200 mortes desde abril.

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