Por marta.valim

O Conselho de Direitos Humanos da ONU decidiu nesta segunda-feira, por unanimidade, enviar uma missão para investigar as atrocidades cometidas pelos jihadistas do Estado Islâmico (EI) no Iraque.

A resolução, solicitada por Bagdá, foi aprovada por unanimidade pelos 47 Estados-membros. A ONU espera que seus onze investigadores comecem seu trabalho em algumas semanas, segundo um porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Rupert Colville.

"Os relatórios que temos recebido indicam atos em uma escala de desumanidade inimaginável", declarou Flavia Pansieri, alta comissária adjunta das Nações Unidas para os Direitos Humanos, citando assassinatos seletivos, conversões forçadas, sequestros, escravidão, tortura e perseguição sistemática por motivos religiosos e étnicos.

Desde 9 de junho os insurgentes sunitas liderados pelos ultrarradicais jihadistas do EI tomaram grandes faixas de território no Iraque, multiplicando os abusos e forçando centenas de milhares de pessoas a deixar suas casas.

A ONU denuncia um "limpeza étnica e religiosa" contra cristãos, yazidis, shabaks, turcomanos, kaka'e e sabeus ".

"Os efeitos do conflito sobre as crianças do Iraque são catastróficos", criticou Pansieri, lamentando o recrutamento de crianças pelos jihadistas. "Aqueles que escaparam falam de posicionamento na linha de frente, uso de crianças como escudos, ou ainda alguns obrigados a doar sangue para combatentes feridos", acrescentou.

"Vários grupos acompanham intencionalmente as ações que são contrárias ao direito humanitário internacional e por razões étnicas e religiosas. Este é um crime contra a humanidade", concluiu, denunciando ainda os assassinatos pelas forças de segurança e as milícias iraquianas anti-EI.

Por sua vez, a ONG UN Watch lamentou que os investigadores não terão o mandato de investigar os crimes do governo iraquiano.

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