Por douglas.nunes

O departamento de Justiça dos Estados Unidos, o FBI e do Internal Revenue Service (IRS) uma espécie de Receita Federal norte-americana afirmaram hoje (27) que as investigações sobre a Federação Internacional de Futebol (FIFA) estão só começando e que o objetivo é acabar com a “corrupção sistêmica” que atinge a entidade internacional.

Na entrevista coletiva de hoje, a procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, os diretores do IRS, Richard Weber, e do FBI, James Comey, apresentaram detalhes sobre a investigação do suposto esquema de corrupção, extorsão e lavagem de dinheiro em um período de quase 24 anos. Pelo menos U$150 milhões foram usados nas transações investigadas.

A procuradora Lynch comparou a FIFA à organizações de família da máfia e cartéis de drogas. "Os esquemas envolvem altos executivos e outras agências, e milhões de dólares que foram usados para o pagamento de propinas", disse.

Segunda ela, o suborno foi amplamente usado em todas as esferas da organização. “Estes indivíduos e organizações eram envolvidas em suborno para decidir quem iria transmitir jogos e onde seriam os jogos em nível mundial desde 1991”, observou.

De acordo com o FBI pelo menos duas gerações de dirigentes de futebol usaram as suas posições para solicitar subornos de empresas esportivas por trocas de direitos comerciais sobre torneios. “Isso foi feito ano após ano”.

Lynch detalhou que a próxima etapa do processo será pedir a extradição dos acusados aos Estados Unidos, para que sejam julgados. "Eles corromperam os negócios do futebol mundial para servir os seus interesses e para se enriquecerem pessoalmente", acusou.

Sobre a investigação, o diretor do FBI, James Comey afirmou que o processo não foi finalizado. “É apenas o começo" do esforço contra a corrupção no mundo do futebol. Ele disse que o esporte foi “sequestrado pelos envolvidos no escândalo.

“O futebol é um belo jogo, o gramado está disponível para todos, ricos ou pobres, homens e mulheres. A verdadeira vítima é o futebol. Essas pessoas conseguiram tirar muito dinheiro graças ao amor que esse esporte desperta”, concluiu.

A investigação inclui as negociações para a Copa do Mundo 2014 no Brasil, e as autoridades suíças revelaram ter instaurado uma investigação à atribuição dos mundiais de 2018 e 2022 à Rússia e ao Qatar.

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