Atenas - A Grécia enviou a credores uma nova proposta de ajuda de dois anos que pede uma reestruturação paralela de dívida, informou o gabinete do primeiro-ministro, Alexis Tsipras, nesta terça-feira, no que parece ser um esforço derradeiro de Atenas para resolver o impasse com credores.
"O governo grego propôs hoje um acordo de dois anos com o ESM (Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira) para cobrir totalmente suas necessidades financeiras e com reestruturação paralela de dívida", disse o governo em comunicado, feito horas antes de Atenas dar calote em um empréstimo do Fundo Monetário Internacional (FMI).
"A Grécia continua na mesa de negociações", completou o comunicado.
O ministro da Fazenda grego, Yanis Varoufakis, confirmou hoje que a Grécia não vai reembolsar o empréstimo de cerca de 1,6 bilhão de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Questionado por jornalistas se o país faria o pagamento, ele respondeu: “Não", antes de entrar no ministério.
Anteriormente, a ministra-adjunta da Fazenda na Grécia, Nadia Valavani, havia dito que Atenas não pagaria a dívida a não ser que fosse encontrada uma solução de última hora. Segundo ela, o pagamento ainda seria possível se o país conseguisse acesso aos 1,8 bilhões de euros de rendimentos de títulos de dívida gregos de 2014 que estão nas mãos do Banco Central Europeu.
O prazo para a Grécia pagar uma parcela de 1,6 bilhão de euros de sua dívida com o Fundo Monetrário Nacional vence hoje. Também vence nesta terça-feira o prazo para o país receber ajuda financeira da zona do euro, necessária para evitar um possível calote. Sem essa ajuda, o país não conseguirá pagar a dívida e entrará em situação de calote.