Por felipe.martins

Bélgica - O horror atacou o coração da Europa, que mais uma vez chora atônita a morte de inocentes sem saber como conter o terror líquido e praticamente indetectável do Estado Islâmico. Sede da União Europeia, Bruxelas acordou ontem refém de suicidas. Homens-bomba no Aeroporto Internacional de Zaventem e na Estação Maalbeek do metrô mataram pelo menos 34 pessoas e deixaram quase 200 feridos, muitos em estado grave. “O que temíamos acabou de acontecer”, resumiu Charles Michel, primeiro-ministro belga. Rei do país, Felipe afirmou que “o 22 de março nunca mais será um dia como os outros”, mas garantiu que os cidadãos vão “responder juntos, com firmeza, com calma e dignidade”.

Eram oito horas quando dois homens-bomba se detonaram no movimentado saguão de check-in do Aeroporto de Zaventem, na Grande Bruxelas. Ali 14 pessoas morreram. Uma hora depois, já no Centro e a poucos quarteirões do quartel-general da União Europeia, outro suicida matava mais 20 pessoas, dentro do metrô, em plena hora do rush.

Saguão de check-in do Aeroporto Internacional de Zaventem destruído%3A explosões derrubaram o teto%2C estilhaçaram vidraças e mataram pelos menos 14 pessoasReprodução Internet

As explosões aconteceram quatro dias após a prisão, em Bruxelas, de Salah Abdeslam, suspeito de ser o mentor dos ataques em Paris em 13 de novembro, que deixaram 130 mortos em explosões no Stade de France, na casa de shows Bataclan e em um distrito de bares. Salah passou quatro meses fugindo das forças de segurança. A polícia belga e soldados de combate presentes nas ruas já estavam em estado de alerta elevado pela possibilidade de retaliação, mas os atentados de ontem ocorreram em áreas de grande movimento onde pessoas e bagagens não são revistadas. Não se sabe se a ofensiva foi planejada em quatro dias ou se a prisão de Salah antecipou os planos do Estado Islâmico.

Todo o transporte público de Bruxelas foi interrompido. As autoridades pediram aos cidadãos que não usem as sobrecarregadas redes telefônicas, tropas adicionais foram enviadas à cidade e o Centro de Crise Belga, claramente temeroso de um novo incidente, apelou à população: “Fiquem onde estão”.  Autoridades estão atrás de homem mostrado em uma fotografia andando ao lado dos dois supostos suicidas do aeroporto. Seus explosivos podem ter falhado. Este é o homem mais procurado da Europa.

Belgas fazem vigília na Praça da BolsaReprodução Internet


‘#IkBenBrussel’

Pelo mundo, cartões-postais homenagearam os mortos em Bruxelas. No Rio, o Cristo Redentor ficou iluminado de vermelho e amarelo, assim como a Torre Eiffel, em Paris, e o World Trade Center, em Nova York. Na cidade dos atentados de ontem, tal como aconteceu na Praça da República, na capital francesa, em novembro, a população belga se reuniu na Praça da Bolsa. Velas e flores foram dispostas, e muitos escreveram homenagens a giz no chão. As hashtags “#JeSuisBruxelles” e “#IkBenBrussel” foram compartilhadas nas redes sociais. Foi decretado luto oficial de três dias.

Arte mostra como foram os ataques terorristasArte%3A O Dia

Com Estadão Conteúdo, Reuters e Reddit

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