Por rafael.souza

Bruxelas - O suposto mentor dos atentados de Paris, Salah Abdeslam, preso na última sexta-feira em Bruxelas, capital da Bélgica, quer ser extraditado "o mais rápido possível à França", afirmou nesta quinta-feira seu advogado, Sven Mary.

Na saída de uma audiência na Câmara do Conselho de Bruxelas, responsável pela fase de instrução da investigação penal, Mary afirmou que seu cliente, até pouco tempo o homem mais procurado da Europa, lhe repassou esse desejo. No entanto, inicialmente, Abdeslam não gostaria de ser entregue às autoridades francesas. "Salah Abdeslam mostrou vontade em ir para a França o mais rápido possível. Falei com o juiz de instrução, que não se opõe que ele saia da Bélgica", disse o advogado.

Sven Mary, advogado de defesa de Salah AbdeslamReprodução

A audiência na qual a Câmara do Conselho de Bruxelas deveria decidir sobre a manutenção de Abdeslam na prisão foi adiada para o dia 7 de abril, informou a Procuradoria Federal da Bélgica em nota.

O mesmo órgão também deve decidir sobre o prolongamento da prisão de Amine Choukri e de Abid Aberkane, que receberam Abdeslam no distrito de Molenbeek antes de ser detido, e de outros suspeitos de terem envolvimento com os ataques terroristas de Paris.

Absdelam também não será interrogado pelo juiz de instrução, segundo o advogado. Além disso, Mary afirmou que seu cliente não quis colaborar com os investigadores que foram visitá-lo na prisão na terça-feira, após o duplo-atentado ocorrido em Bruxelas. O suposto mentor dos ataques de Paris está sendo mantido na prisão de segurança máxima de Brugges e se recupera "pouco a pouco" dos ferimentos sofridos durante sua detenção, quando levou um tiro no joelho. As forças especiais belgas dispararam para imobilizá-lo, de acordo com o advogado.

Mary foi agredido ontem por uma pessoa que o reprovou por defender o terrorista.

Você pode gostar