Por clarissa.sardenberg

Rio - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o andamento da Operação Lava Jato e comentou o atual cenário político no Brasil em entrevista ao jornal britânico "The Guardian", publicada nesta segunda-feira. Na pauta, Lula enfatizou que não teve nenhum envolvimento nos escândalos de corrupção da Petrobras, falou sobre a investigação direcionada ao PT, segundo ele, e planos para a Presidência em 2018.

“Gostaria que outra pessoa concorresse. Eu saí com 87% de aprovação. Eu fui o melhor presidente da História do Brasil. É quase uma missão impossível tentar repetir esse desempenho. Eu teria que competir contra mim mesmo”, disse. Segundo ele, uma candidatura à Presidência em 2018 dependerá do PT.

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Divulgação

O jornal lembra que em 2010, ao deixar a presidência, Lula era "o presidente mais popular do mundo, uma figura representativa carismática de um mundo em desenvolvimento recém confiante". Ainda chama o petista de "o arquiteto de um projeto democrático da centro-esquerda para reduzir a desigualdade no Brasil."

O texto do "Guardian" comenta o choro do ex-presidente ao ver a votação do impeachment de Dilma Rousseff. "Foi muito triste. Sofri muito", comentou. Segundo ele, seu legado culminou desmoronando com o afastamento da presidente.

Na visão de Lula há um acordo entre parte da mídia, polícia e procuradores para denegrir sua imagem para que a provável corrida presidencial em 2018 não ocorra. Ele ressaltou que soube esperar sua vez de governar, lembrando as três eleições perdidas antes de chegar ao poder, mas disse que "a direita não vai esperar."

"Por que não investigam como todos os partidos político arrecadam fundos?", questionou o ex-presidente sobre os financiamentos de campanhas. "Da maneira como tem sido feito, fica a impressão de que todo o dinheiro para o PT é sujo e que todo o dinheiro para o PSDB é limpo", disparou Lula na matéria intitulada "'Não há crime': ex-presidente brasileiro mantém fé em partido e sistema judiciário".

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