Por clarissa.sardenberg

Estados Unidos - Vídeos publicados na web mostram o tiroteio que deixou cinco policiais mortos durante um protesto contra o racismo em Dallas, no Texas, Estados Unidos. Em um deles, é possível ver cidadãos desesperados sem saber de onde os disparos tinham origem. "Onde estão eles?", gritavam alguns. Os agentes foram atingidos por franco-atiradores e um deles, entrincheirado, afirmou que bombas estavam espalhadas pelo centro da cidade. A manifestação ocorreu depois que dois homens negros foram mortos em ações da polícia dos estados da Louisiana e do Minnesota nesta semana.

Protesto contra o racismo em Dallas que reunia diversidade de pessoas acabou em tragédia%2C com cinco policiais mortos Reprodução Twitter/ CNN

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Em uma das imagens, feita da janela de um apartamento, a pessoa que filma comenta atônita: "Estão armados 'até os dentes'. Isso não é ação de um homem só. É algo muito bem calculado".

Nesta sexta-feira, o prefeito de Dallas, Mike Rawlings, disse, em entrevista à imprensa norte-americana, que 12 pessoas foram atingidas pelos disparos, e que cinco agentes de segurança foram mortos. Ainda de acordo com ele, dois civis estão entre os feridos.

"Havia negros, brancos, latinos, de tudo. Era o protesto de uma comunidade mista. Os tiros vieram do nada. Ficamos com a impressão de que atiravam na nossa direção. Foi o caos total, uma coisa de loucos", afirmou uma testemunha à agência France Presse.

O presidente Barack Obama condenou a tragédia, que chamou de covarde e prometeu que a "justiça será feita". "Ainda não conhecemos todos os detalhes. O que sabemos é que este foi um ataque terrível, calculado e desprezível contra agentes de segurança", afirmou.

Segundo ele, não há nada que justifique o que ocorreu na capital texana na última noite. "Eu acho que falo em nome de todos os americanos quando digo que estamos horrorizados com estes fatos, e estamos unidos com o povo e o Departamento de Polícia de Dallas", disse Obama, que está em Varsóvia, na Polônia, com os presidentes do Conselho Europeu, Donald Tusk, e da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

De acordo com a emissora "NBCDFW", o suspeito de se entrincheirar e disparar contra policiais foi morto, mas ainda não há confirmações a respeito.

Mortes de homens negros

As demonstrações de indignação aumentaram ao longo da semana, primeiro com o assassinato na última terça-feira de Alton Sterling, de 37 anos, atingido por tiros de policiais em um estacionamento de um centro comercial na cidade de Baton Rouge, Louisiana.

Nesta quinta-feira, a revolta se espalhou pelas ruas das principais cidades americanas depois da morte em Minnesota de outro cidadão negro, Philando Castile, que foi alvo de tiros da polícia dentro de seu carro, que ele havia estacionado e no qual estavam sua namorada e a filha desta, de apenas quatro anos.

As mortes de Sterling e Castile foram filmadas por testemunhas e os vídeos mostram que eles não representavam nenhum risco evidente para os agentes que abordaram ambos.

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