Por clarissa.sardenberg

Estados Unidos - O autor do massacre que matou cinco policiais em Dallas na quinta-feira deixou o exército dos Estados Unidos denunciado por uma soldado que o acusou de abuso sexual e recomendou que recebesse "ajuda para a saúde mental", revelou neste sábado o jornal "New York Times".

A soldado pediu em 2014 uma ordem de proteção e o exército iniciou o processo para dispensar Micah Xavier Johnson com uma distinção que não fosse "honorável", segundo explicou Bradford Glendening, o advogado militar designado para representar o agressor.

Seguindo o conselho de Glendening, Johnson renunciou ao direito de ter uma audiência em troca de uma acusação menor e foi dispensado do exército em abril de 2015. Johnson, de 25 anos, voltou então do Afeganistão a Dallas, onde cresceu, e começou a se interessar por organizações e grupos de negros extremistas, segundo a publicação.

Atirador morto pela polícia dos EUA foi identificado como Micah Johnson Reprodução Reprodução/Facebook/CBS DFW

Novos protestos 

As autoridades americanas prenderam 77 pessoas na noite desta sexta-feira durante os protestos realizados em 18 cidades dos EUA. Maioria das detenções, 74, ocorreu em Rochester, Nova York, onde foram registrados confrontos entre policiais e manifestantes em um protesto de 400 pessoas. Os outros três detidos foram em Phoenix, no Arizona, onde a polícia usou gás de pimenta para evitar a interdição de estradas em um protesto do movimento "Black Lives Matter" (As vidas dos negros importam) que reuniu 300 pessoas.

Em Baton Rougue, na Louisiana, onde na terça-feira dois policiais brancos atiraram à queima-roupa contra um homem negro que já estava rendido, os protestos foram mais pacíficos, assim como em Minneapolis, no Minnesota, estado onde na última quarta-feira um policial matou um cidadão negro dentro de seu veículo.

Massacre em Dallas 

O jovem, que morreu em meio a um cerco policial, perpetrou o massacre da última quinta-feira com o objetivo deliberado de "matar pessoas brancas, principalmente agentes brancos", indignado pelas mortes de negros por policiais brancos, segundo explicou na sexta-feira o chefe de polícia de Dallas, David Brown.

Segundo os dados mais recentes da investigação, o suspeito tinha em sua casa material para a fabricação de bombas, coletes à prova de balas, fuzis, munição e um diário pessoal sobre táticas de combate. Fontes do Pentágono disseram que Johnson esteve com o exército americano no Afeganistão entre novembro de 2013 e julho de 2014, e entre março de 2009 e abril de 2015 fez parte da reserva como especialista em atividades de carpintaria e alvenaria.

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