Por gabriela.mattos
Em Bruxelas%2C patrulhamento foi reforçado para a festa nacionalDivulgação

França - O autor do atentado terrorista que matou 84 pessoas em Nice semana passada planejou o massacre vários meses antes e contou com a cooperação de vários cúmplices, entre eles as cinco pessoas que continuam detidas, informou ontem o procurador-geral da França, François Molins. Falhas de segurança que permitiram o ataque também estão na mira das autoridades.

De acordo com Molins, houve “avanços notáveis” na investigação, que apontam para um atentado muito bem preparado e com mais participantes do que as autoridades acreditavam no começo. “Parece que Mohammed Lahouaiej Bouhlel planejou seu ato vários meses antes”, afirmou Molins. Ele também revelou que foi aberta investigação, por diversas acusações ligadas a terrorismo, contra os quatro homens e a mulher que estão à disposição da Justiça.

Dois dos detidos são franco-tunisianos, identificados como Ramzy A, de 21 anos, e Mohammed Oualid, de 40. Outros dois são albaneses: Artan H., 38, e Ankeneja Z., 42; e um é tunisiano, Choukri C., 37. Nenhum dos cinco detidos estava fichado pelos serviços de inteligência, acrescentou o procurador.

“As investigações confirmaram não só o caráter premeditado do ataque, mas também que Bouhlel tinha se beneficiado de apoios e cúmplices na preparação e para cometer seu ato criminoso”, afirmou. Neste sentido, o procurador citou fotos que foram encontradas no telefone celular de Bouhlel nas quais se via a multidão reunida no Passeio dos Ingleses para assistir aos fogos de artifício da festa em 2015.

Polícia burocrata

O ministro do interior francês, Bernard Cazeneuve, também afirmou que conduzirá investigação sobre se houve ou não falhas na segurança no Dia da Bastilha. A maior parte da polêmica a respeito do policiamento, para além da questão do sistema de bloqueios de ruas facilmente rompido pelo motorista do caminhão, se concentra nas tarefas de patrulhamento em comum de unidades policiais diferentes — algumas respondem ao governo local, enquanto outras prestam contas ao governo central.

Festa com segurança

Marcada por fortes medidas de segurança e pela sombra do atentado de Nice, a Festa Nacional da Bélgica reuniu ontem mais de 60 mil pessoas em Bruxelas. A polícia realizou revistas sistemáticas nos participantes, aos quais havia pedido que fossem aos festejos sem mochilas nem bolsas grandes.

O tradicional desfile militar ocorreu com normalidade, na presença da família real belga, com os monarcas, Philippe e Mathilde, junto com seus quatro filhos e o príncipe Laurent, irmão do rei, e outras autoridades. O desfile civil e militar homenageou os serviços de emergência que trabalharam nos atentados do 22 de março no metrô de Bruxelas e no Aeroporto de Zaventem, no qual morreram 35 pessoas.

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