Por clarissa.sardenberg

Síria - O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) informou nesta segunda-feira que 1.396 civis morreram e mais de 8 mil ficaram feridos em ataques realizados tanto pelas forças do exército da Síria como pela oposição armada desde o dia 22 de abril. Entre os civis mortos há 313 menores de idade e 199 mulheres, segundo a fonte.

Do número total de vítimas, 730 pessoas morreram em ataques de aviões de guerra, a maioria delas nos bairros do leste da cidade de Aleppo, que são controlados pelos grupos rebeldes. Além disso, 89 civis morreram em bombardeios de artilharia do regime sírio, também na zona leste da cidade.

Por outro lado, 538 pessoas morreram por ataques de centenas de projéteis, foguetes e outros artefatos explosivos lançados pelos combatentes da oposição síria contra os bairros do oeste de Aleppo, que são controlados pelas forças governamentais.

Imagem de menino de 5 anos resgatado após bombardeio em Aleppo chocou o mundo Reprodução/Youtube

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Além disso, 26 civis morreram em bombardeios dos insurgentes contra áreas do bairro de Al Sheikh Maqsud, em Aleppo, e que está nas mãos da milícia curda Unidades de Proteção do Povo (YPG, sigla em curdo).

Seis moradores da cidade também morreram em ataques na rota de Castelo e no bairro de Al Halak, situados na periferia e dentro da cidade, respectivamente, e que foram alvejados por membros das Forças da Síria Democrática, aliança curdo-árabe apoiada pelos Estados Unidos, segundo diversas fontes.

Três meninas e quatro adultos, entre eles uma mulher, não resistiram à explosão de uma fábrica de preparação de foguetes no bairro de Al Sukari, no leste de Aleppo. Os ataques e bombardeios causaram a destruição de centenas de imóveis, edifícios, hospitais e estabelecimentos públicos.

Na última semana, a atenção do mundo se voltou para Síria depois da foto do menino Omran Daqneesh, de 5 anos, viralizar. Internautas ficaram chocados com a imagem da criança coberta de sangue e poeira após um bombardeio aéreo em Aleppo na última quarta-feira.

Há quatro dias, o enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, pediu às partes em conflito uma pausa humanitária de pelo menos 48 horas para permitir a entrada de ajuda. Tanto a Rússia, aliada do regime sírio, como a oposição deram as boas-vindas para esta trégua, mas a violência prossegue na cidade.

O controle de Aleppo vem sendo disputado entre as forças de Damasco e os rebeldes desde meados de 2012, quando os insurgentes conquistaram amplas áreas da cidade, a segunda mais importante da Síria, e uma das mais atingidas pelo conflito que começou em março de 2011. Os enfrentamentos aumentaram no final de julho por uma ofensiva dos opositores para romper o cerco imposto pelas autoridades aos bairros sob seu controle.

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