Bagdá - Está em curso a mais importante ofensiva contra o Estado Islâmico dos últimos meses. Tropas iraquianas e curdas, com o apoio aéreo do Ocidente, iniciaram ontem cerco a Mossul, ‘capital’ do califado no Iraque. As forças conjuntas já conseguiram libertar do controle jihadista nove aldeias do entorno, após intenso bombardeio por terra e ar. Pelo menos sete combatentes das forças curdas (peshmerga) morreram, e outros 11 ficaram feridos na empreitada.
O início da operação militar para libertar Mossul do EI foi anunciado ontem de madrugada pelo primeiro-ministro iraquiano, Haider al Abadi, que prometeu restabelecer a estabilidade na segunda cidade mais importante do Iraque, controlada pelos jihadistas desde junho de 2014.
Drama se repete
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) advertiu que até 100 mil pessoas poderiam fugir da região. O Acnur preparou durante meses um plano para receber os deslocados e solicitou US$ 61 milhões para poder financiar a iniciativa.
O objetivo é poder acolher os deslocados em campos de refugiados e entregar material de auxílio e aos que não conseguirem chegar até estes assentamentos. A estimativa é de que quase 2,5 milhões de pessoas vivam em Mossul. Para acolhê-los, a Acnur está montando 11 campos de refugiados e alguns já estão prontos.
Segundo o organismo, desde maio, quando foi confirmado que o Exército retomaria a cidade, mais de 65 mil pessoas fugiram de lá e foram resgatadas pela entidade. O Acnur teme que multidões atravessem a fronteira para buscar refúgio na Síria ou na Turquia. No Iraque já são 3 milhões de imigrantes.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, garantiu que seu país participará da ofensiva. “Estão nos dizendo que não entraremos em Mossul. Mas compartilhamos (com o Iraque) uma fronteira de 350 quilômetros. Como não vamos entrar? Estamos sob ameaça”, atacou.