Caracas - O Congresso da Venezuela, liderado pela oposição, disse nesta terça-feira que se prepara para começar os procedimentos para destituir o presidente do país, Nicolás Maduro, pelo que os legisladores chamam de violação da constituição - um passo que deve aprofundar a polarização no país rico em petróleo.
Os procedimentos virão um dia depois que membros da aliança de oposição, a Mesa da Unidade Democrática, disseram que eles iriam empenhar o governo a começar a negociar no domingo para resolver a crise política do país. Outros líderes de oposição rapidamente denunciaram as negociações, que devem ser mediadas pelo Vaticano, e disseram que pretendem continuar a campanha de desobediência civil que incluiria um protesto nacional contra o governo na quarta-feira.
Espera-se que as audiências de terça-feira sejam em maior parte simbólicas, já que o governo de Maduro usou a Suprema Corte para neutralizar o congresso, barrando-o de tomar grandes decisões. No entanto, líderes de oposição disseram que estão tentando manter a pressão sobre o presidente, que em três anos no poder orientou uma economia marcada pelo aprofundamento da escassez de comida e medicamento.
Líderes do Congresso aprovaram no último domingo uma resolução declarando que Maduro violou a constituição ao usar o conselho eleitoral para extinguir o referendo revogatório que anula o mandato do presidente. O presidente do Parlamento, Henry Ramos Allup, disse que os legisladores trariam uma legião de queixas contra Maduro, incluindo as alegações de que ele não nasceu na Venezuela, mas sim na Colômbia.
Se o referendo for instaurado neste ano, não só o presidente será forçado a sair do cargo, como novas eleições serão convocadas. Se o referendo for em 2017, Maduro é retirado do cargo e seu vice-presidente termina o mandato.