Por clarissa.sardenberg

Itália - Milhares de pessoas estão desabrigadas na região central da Itália após dois fortes terremotos terem atingido o local no início da noite desta quarta-feira. O Conselho de Ministros da Itália destinou 40 milhões de euros para os trabalhos iniciais nas áreas atingidas pelos dois terremotos. Segundo informações de fontes do governo, já foi decretado estado de emergência na região.

"Nós temos algo em torno de dois a três mil desabrigados e tememos ter muito mais casas inabitáveis do que aquelas que foram registradas após o terremoto do dia 24 de agosto", informou Cesare Spuri, chefe da Defesa Civil da região de Marcas, a mais afetada pelos abalos sísmicos.

Cerca de três mil pessoas estão desabrigadas por conta de novos terremotos na Itália EFE

O epicentro de todos os maiores abalos sísmicos ocorreu entre a Marcas e Perugia, próximos às pequenas comunas de Castel Santangelo sul Nera, Visso, Tolentino e Ussita, todas na mesma região.

Ainda de acordo com Spuri, "entre o grande número de pessoas que dormiram fora de casa há tanto famílias com as casas danificadas bem como desabrigados por estarem com medo". Segundo o sismólogo Alessandro Amato, do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV), foram cerca de 200 réplicas desde o primeiro tremor de 5,4 graus na escala Richter registrado às 19h10 (15h10 no horário de Brasília).

Um outro sismo foi registrado às 21h18 (17h18 no horário de Brasília) ainda mais forte que o primeiro, de 5,9 graus, e houve mais de 30 réplicas de magnitude igual ou superior a 3 graus durante a madrugada e manhã desta quinta-feira.

Amatrice

Em agosto, 298 pessoas morreram nas cidades de Amatrice, Accumoli e Arquata del Tronto e os locais registraram novos danos com o tremor de ontem. Estima-se que os danos estruturais nas cidades sejam maiores do que o terremoto de agosto já que muitas residências e prédios já estavam parcialmente danificados por aquele tremor. A forte chuva que cai na região também complica os trabalhos, já que as infiltrações podem causar ainda mais danos. As aulas foram suspensas nas regiões de Úmbria, Marcas e Abruzzo.

Os terremotos derrubaram o único prédio que havia resistido ao forte tremor registrado em Amatrice no dia 24 de agosto. O "palazzo rosso", uma construção de quatro andares feita de tijolinhos a vista, era uma das imagens mais fortes do sisma ocorrido há dois meses.

Apesar de ficar relativamente longe do epicentro do terremoto, a capital Roma registrou mais de 100 intervenções dos bombeiros após os tremores - que foram sentidos na cidade. Rachaduras foram detectadas em vários prédios, mas de acordo com a Defesa Civil, nenhuma é tão grave a ponto de interditar as propriedades.



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