Por caio.belandi
Vaticano - Ao lado do patriarca da Igreja Assíria do Oriente, Gewargis III, o papa Francisco implorou pelo fim dos conflitos que atingem o Iraque e a Síria há mais de cinco anos. "Imploro pelo fim da violência horrível dos sangrentos conflitos, que nenhuma motivação pode justificar ou permitir [...] contra milhares de crianças inocentes, mulheres e homens", disse o Pontífice lembrando dos "nossos irmãos e irmãs cristãos, além de diversas minorias religiosas e étnicas, que infelizmente se habituaram a sofrer cotidianamente grandes provações".

Esse é mais um dos apelos do líder católico para o fim da violência no Oriente Médio. Em setembro, ao condenar a série de ataques, Jorge Mario Bergoglio destacou que os responsáveis pelos bombardeios deverão prestar contas de seus atos diante de Deus.

Papa Francisco acenando para fiéis na Praça São Pedro%2C no VaicanoEfe/Arquivo

Por sua vez, o líder máximo da Igreja Assíria sugeriu "a convocação de um encontro internacional de todos os patriarcas e primazes das Igrejas apostólicas a fim de estudar e entender como e porque similares e inúmeras tragédias estão ocorrendo na região do Oriente Médio". "Como todos bem sabemos, a condição das nossas antigas comunidades cristãs no Iraque provocaram o deslocamento forçado de milhares de pessoas: mulheres, crianças e idosos que deixaram as suas casas e continuam a mudar-se incessantemente, de cidade em cidade, de vilarejo em vilarejo, em busca de uma vida segura", acrescentou Gewargis III.

A Igreja Assíria do Oriente tem várias denominações e se aproxima da Igreja Católica desde o pontificado de João Paulo II. Com cerca de 400 mil seguidores, foi criada com base na antiga Babilônia e nos preceitos de São Tomé.
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Síria é 'laboratório de crueldades'
Após o encontro com o líder dos assírios, o papa Francisco se reuniu com membros da ONG católica Caritas e disse que o que ocorre na Síria, tanto pelo lado dos extremistas como dos países que bombardeiam a nação, é um "laboratório de crueldades". "Pensemos na Síria. Entraram tantos ali. As potências internacionais, gente da Síria, mas cada um pensa só em seu interesse, nenhum busca a liberdade de um povo. Não há amor, não há ternura. Há crueldade, pois onde não há ternura há sempre crueldade e o que ocorre hoje na Síria é crueldade, um laboratório de crueldades", disse Francisco aos líderes da entidade assistencialista.