Por thiago.antunes
Síria - O Exército sírio retomou na manhã de hoje os bombardeios contra o setor rebelde de Aleppo, apesar do acordo concluído terça-feira entre Rússia e Turquia para a retirada imediata de civis e rebeldes. O pacto deveria marcar o fim da sangrenta ofensiva militar contra a cidade do Norte da Síria, iniciada há um mês.
Os bombardeios chegaram a ser suspensos por algumas horas, mas, de manhã, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, as tropas do regime de Bashar al-Assad dispararam ao menos 14 morteiros contra o setor rebelde.
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Os intensos combates impediram o início da operação para a retirada dos moradores que ainda estão na região. Os dois lados se acusam pelo não respeito à trégua. O chanceler russo, Serguei Lavrov, afirma que a resistência dos últimos insurgentes deve estar resolvida em dois ou três dias.
Civis caminham pelo bairro de Aleppo ainda na mão de rebeldesEfe

Analistas europeus dizem que o regime sírio boicota a trégua por ter se sentido excluído da negociação entre a Rússia e a Turquia, protetora dos rebeldes. O governo turco acusa Damasco de impedir a saída dos civis. Caminhões teriam sido bombardeados.

Organizações humanitárias estimam que 100 mil civis estão cercados em área de cinco quilômetros quadrados no leste de Aleppo. A Rússia diz que 360 rebeldes entregaram as armas nas últimas 24 horas e 6 mil civis, incluindo 2 mil crianças, puderam deixar a zona de guerra.
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A queda de Aleppo, que marcará o fim de quatro anos de rebelião na segunda maior cidade da Síria, é vivida na Europa como um momento de incerteza. A Rússia e o Irã, aliados de Assad, vão celebrar um triunfo, enquanto os ocidentais terão de se resignar com o restabelecimento político e militar do ditador de Damasco.