Por gabriela.mattos
Rio - O ano que termina já tem diversas razões para entrar na história. Uma delas é um recorde negativo: 2016 já é virtualmente o mais quente do mundo. Apenas com os dados coletados pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) até novembro, a temperatura já tinha subido 1,2 grau em comparação com os primeiros registros, de meados de 1880. No ano passado, até então o mais quente da história, foi registrado 1°C acima dos níveis pré-industriais.
A OMM confirmou que os meses de janeiro e novembro alcançaram máximos recordes, que ultrapassavam em até um grau a temperatura média registrada no século 20. São duas as principais razões para o recorde: o fenômeno meteorológico El Niño, o maior registrado desde 1998, e o aquecimento global, acelerado pelas emissões de gás carbônico que ainda não pararam de subir.
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Para Claudio Angelo, coordenador de Comunicação do Observatório do Clima e autor do livro ‘A Espiral da Morte — Como a Humanidade Alterou a Máquina do Clima’, o ano que começa, embora sem a influência do El Niño, também deve figurar no top 5 dos mais quentes.
“O recorde de temperatura ajuda a alertar para o problema, mas temos que prestar atenção na tendência. Todos os anos mais quentes da historia foram nesse século, exceto 1998. O patamar de tempetura já é muito elevado por causa das mudanças climáticas. Como o patamar ja mudou, os El Niños devem causar um efeito maior na tempetura”, disse.
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Para Angelo, o aquecimento não tem freio a curto prazo. Mesmo o Acordo de Paris, documento assinado por 194 países que quer deixar o aumento de temperatura abaixo de 2°C até o final do século, não será suficiente “O que podemos fazer é evitar que os extremos do futuro sejam ainda mais extremos. Os países devem estabelecer metas mais ambiciosas”, afirmou.
?Reportagem da estagiária Alessandra Monnerat