Por clarissa.sardenberg
Estados Unidos - Um rapaz de 18 anos portador de necessidades especiais, não identificado, foi sequestrado e torturado, em transmissão via Facebook Live, por um grupo de jovens em Chicago, nos Estados Unidos. Quatro pessoas foram indiciadas no caso, de acordo com a emissora "CNN". A polícia trabalha com a hipótese de crime de ódio, com motivações raciais.

Amarrado, por cerca de cinco horas, na noite da última terça-feira, o rapaz teve o couro cabeludo cortado com uma faca e foi espancado. Ele teria sido sequestrado pelo grupo 48 horas antes da transmissão.

Jovens de 18 e 24 anos foram presos por sequestrarem e torturarem outro em Chicago%2C nos Estados Unidos%2C e transmitiram no Facebook Divulgação

Jordan Hill, Tesfaye Cooper e Brittany Covington, de 18 anos e Tanishia Covington, de 24, vão enfrentar também acusações de sequestro a mão armada, roubo e outros. O país ficou chocado não só com as imagens abusivas, mas também com os comentários feitos pelos agressores, segundo a emissora.

O vídeo foi transmitido por cerca de 30 minutos e classificado pela polícia local como repugnante. Durante a transmissão, os agressores gritam insultos contra o presidente eleito Donald Trump e fazem o rapaz torturado repetir "Amo as pessoas negras". O adolescente também é forçado a beber água de um vaso sanitário, entre outros, enquanto os jovens riem.

Jovem teve tortura transmitida ao vivo no Facebook%3B polícia dos EUA trabalha com hipótese de crime de ódio Reprodução Internet

"Faz você pensar o que poderia fazer uma pessoa tratar alguém dessa maneira", disse o Superintendente da Polícia de Chicago, Eddie Johnson, em entrevista à imprensa local. "Sou policial há 28 anos e já vi coisas que vocês nem imaginam no dia a dia, mas ainda me impressiona como você ainda consegue se deparar com situações que são impossíveis de entender", completou.

Em dado momento do vídeo, uma das mulheres comenta que está "decepcionada", pois não estão comentando a ação em sua rede social como ela gostaria. A vítima recebeu alta do hospital, mas está traumatizada com a agressão, de acordo com a polícia.

Black Lives Matter
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Após boatos, participantes do movimento Black Lives Matter (BLM) fizeram questão de se manifestar dizendo que não têm nenhuma ligação com a ação.
"Isso é ódio e ódio não tem cor", afirmou o ex-policial de Chicago Dimitri Roberts a respeito. "É absolutamente errado falar que o BLM tem ligação com isso...E não podemos responder ódio com ódio. Isso só criaria um ciclo perpétuo", disse.
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Obama
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, classificou a ação como desprezível. "O que nós temos visto eclodir são problemas que temos enfrentado há muito tempo", afirmou Obama. "Sejam tensões entre polícia e comunidades ou crimes desprezíveis como desse tipo que apareceu no Facebook. A boa notícia é que a próxima geração, que vem depois de nós, é tem atitudes mais espertas, melhores e respeitosas sobre as raças", finalizou.