Por clarissa.sardenberg
Coreia do Sul - A Procuradoria da Coreia do Sul emitiu nesta segunda-feira um pedido de prisão do vice-presidente da Samsung Electronics e herdeiro do conglomerado sul-coreano, Lee Jae-yong, de 48 anos, por suspeita de suborno e peculato na trama do caso que levou ao afastamento da presidente do país, Park Geun-hye. As autoridades acreditam que a Samsung realizou doações multimilionárias a várias fundações controladas supostamente por Choi Soon-il, apelidada de "Rasputina" e amiga íntima da presidente Park em troca de favores.
Jae-yong prestou depoimento à polícia, em Seul, na última quinta-feira, por 22 horas e aguardava desde então. Cabe à Justiça analisar o pedido, o que deve ocorrer até esta quarta-feira. Ele é filho do poderoso presidente do conglomerado Samsung, Lee Kun-Hee.
Vice-presidente e herdeiro da Samsung teve pedido de prisão feito pela Procuradoria da Coreia do Sul nesta segundaEFE

Choi Soon-il é acusada de ter extorquido, com a cumplicidade de Park, dezenas de milhões de dólares dos principais grupos empresariais do país asiático através de duas fundações, se apropriando de parte dos fundos.

Lee pagou 43 bilhões de wons (US$ 36,4 milhões, ou quase R$ 120 milhões) em propina para Choi Soon-sil. Os investigadores acreditam que o grupo Samsung assinou um contrato no valor de 22 bilhões de wons (cerca de US$ 18,3 milhões) com uma empresa com sede na Alemanha, propriedade de Choi, e além disso, apoiou financeiramente sua filha, que se dedica ao hipismo, para que treinasse no país e comprasse novos cavalos.

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Alguns sugerem que o contrato foi assinado em troca do apoio do fundo de pensão estatal - cujo presidente foi detido em dezembro por sua suposta participação no escândalo - a um importante acordo de fusão entre as filiais da Samsung em 2015.
A equipe de investigadores procura determinar se o gabinete presidencial pressionou o fundo público para apoiar a fusão em troca de favores da Samsung para Choi. Além disso, o grupo doou 20,4 bilhões de wons (US$ 16,3 milhões) para duas fundações operadas pela "Rasputina", um dinheiro que o conglomerado insistiu em que achava que estava destinado a promover a cultura local no exterior e o esporte.